Para outubro, a expectativa dos produtores é que as cotações se mantenham estáveis.
A cotação do leite ao longo de setembro, referente à produção entregue em agosto, apresentou nova alta em Minas Gerais. De acordo com o Boletim do Leite, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), somente no Estado foi registrado incremento de 3,4% nos valores brutos. No período, o preço médio pago ao pecuarista ficou em R$ 1,155 por litro, o segundo maior do país, atrás apenas de Goiás. Para outubro, a expectativa dos produtores é que os preços se mantenham estáveis.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, na média do país, os preços do leite pagos ao produtor também tiveram alta e alcançaram o maior patamar da série do Cepea, que foi iniciada em 1990. Essa foi a oitava alta consecutiva.
Na média ponderada entre os estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, o preço bruto, que inclui frete e impostos, aumentou 2,8%, ou 3 centavos por litro, em relação ao mês passado e chegou a R$ 1,116 por litro de leite. Este valor, se comparado com o de setembro de 2012, representa expressivo acréscimo de 21,7% na receita do produtor. Já o preço líqüido chegou a R$ 1,037 por litro, elevação de 2,3%, ou de 2,3 centavos por litro, em relação a agosto de 2013.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, a valorização do leite se manteve mesmo com a elevação da captação. Segundo o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-l/Cepea), o volume comprado pelos laticínios cresceu 2,04% em agosto, sendo impulsionado especialmente pela produção do Sul do Brasil. Nessa região, produtores forneceram 4,53% a mais de leite no comparativo com julho.
O avanço na produção continua atrelado ao maior poder de compra do pecuarista em relação à alimentação concentrada e também à qualidade da silagem fornecida ao rebanho, que juntas aumentam o desempenho das vacas em lactação. Já nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, a captação de leite se manteve praticamente estável em agosto, movimento já esperado para este período de entressafra de pastagens.
Estabilidade - Segundo o levantamento do Cepea, para outubro, a expectativa dos representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo instituto é de estabilidade nos preços. Entre os entrevistados pelo Cepea, 71,3%, que representam 75,6% do leite amostrado, acreditam que os preços continuarão no mesmo patamar de setembro e 21,3%, que representam 21,6% do volume captado, indicam que haverá nova alta. Somente 7,4% dos entrevistados, que representam 2,8% do volume, esperam redução de preços em outubro.
Em Minas Gerais foi registrada alta em todas as regiões produtoras. No Triângulo e Alto Paranaíba o valor médio bruto do leite ficou em R$ 1,192, o que significou um avanço de 1,74%. O valor máximo praticado foi R$ 1,24 e o mínimo R$ 1,07.
Já no Vale do Rio Doce o litro de leite valorizou 0,62% no preço bruto. A média de preços foi de R$ 1,189, o máximo R$ 1,249 e o mínimo de R$ 1,064. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte o litro foi negociado em média a R$ 1,20, valor 1,14% superior ao registrado em agosto.
No Sul e Sudoeste do Estado o maior valor pago pelo produto ao longo de setembro foi de R$ 1,178, o mínimo de R$ 0,96 e o médio de R$ 1,109, variação positiva de 8,1%. Na Zona da Mata, o produtor recebeu em média R$ 1,09 pela negociação do litro de leite, incremento de 2,12% sobre os valores praticados anteriormente.
Veículo: Diário do Comércio - MG