O desempenho das vendas no comércio em agosto, quando apresentaram alta de 0,9% segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), surpreendeu entidades como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que previa alta de 0,7% no período. Com o incremento a cima do esperado, a entidade reviu a estimativa do crescimento do setor em 2013: de 4,2% para 4,5%
A surpresa veio dos segmentos de equipamentos e materiais para escritório e por artigos farmacêuticos e cosméticos, com altas de 7,6% e 1,1%, respectivamente.
Em nota, a CNC afirmou que os resultados dos últimos dois meses confirmam a perspectiva de recuperação do varejo ante o fraco primeiro semestre do ano.
Segundo o economista Fabio Bentes, da CNC, os dados confirmam um início de semestre melhor. "No primeiro semestre, a alta foi de 3%, o pior em 10 anos, desde 2003. Nos dois primeiros meses do segundo semestre já crescemos 3%." Segundo ele, a principal razão para melhoria mais acentuada é o comportamento dos preços, que caíram nos últimos meses.
Bentes também destaca que o resultado do comércio neste ano será bem inferior ao de 2012, quando o varejo cresceu 8,4%. "O crédito agora está bem mais caro, com a taxa de juros mais alta; também não houve redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - teve retirada." Bentes ainda menciona que a recente alta do dólar prejudicou o comércio em 2013. "Isto foi a pá de cal na recuperação." Na visão dele, será difícil repetir taxas de crescimento acima de 8% nos próximos anos.
Segundo dados do IBGE, a receita nominal do comércio subiu 1,2% e tem registrado altas desde junho do ano passado. Ambas as taxas desaceleraram ante a junho, quando os dois resultados foram de 2,1%.
Na comparação com agosto de 2012, volume e receita cresceram 6,2% e 13,6%, respectivamente. No acumulado dos últimos 12 meses, houve variação positiva de 5,1% e 12,2%.
Destaques
A pesquisa do comércio varejista ampliado, que inclui material de construção, veículos e peças, teve resultados mais tímidos. A variação no volume de vendas foi de 0,6% de julho para agosto, enquanto a receita nominal subiu 0,9%. Na comparação com agosto do ano passado, houve queda de 0,8% nas vendas e alta de 4,8% na receita. No acumulado do ano, as vendas do varejo ampliado subiram 3,1%, enquanto a receita, 8,2%. Nos últimos 12 meses, os números ficaram em 4,4% e 8,5%, respectivamente.
Entre os dez segmentos de produtos do varejo da pesquisa do IBGE, o que teve a maior alta de vendas (7,6%) de julho para agosto foi o de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação.
No acumulado de 2013 até agosto, os melhores resultados no volume de vendas foram dos grupos de eletrodomésticos (9%), artigos farmacêuticos e cosméticos (9,2%) e de outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,7%).
O segmento de móveis é o único que acumula quedas em 2013, com vendas, 2,4% menores.
A alta no volume de vendas do comércio do Estado de São Paulo foi de 1,1% de julho para agosto. Dos 27 estados, 20 apresentaram resultados positivos, segundo a pesquisa do IBGE.
Veículos: DCI