A Mars, uma das maiores fabricantes de chocolate do mundo, reafirmou ontem que tem interesse em comprar a Garoto, caso a atual dona, a Nestlé, seja obrigada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a desfazer o negócio.
Em nota enviada ao Valor, a multinacional americana informou que "a empresa mantém seu interesse, como já publicamente demonstrado no passado, de compra da Garoto." Hoje, a Mars Brasil detém 2% de participação no mercado de chocolates, tanto em volume quanto em faturamento. Segundo a dona das marcas M&M´s, Snickers e Twix, "a aquisição da Garoto pela Mars injetaria a possibilidade de maior oferta e diversificação de produtos no mercado nacional." Já a compra da Garoto pela fabricante suíça gera, do ponto de vista da Mars, "uma evidente concentração de mercado no país".
Atualmente, segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados), 97% da produção de chocolates no país está nas mãos de 18 fabricantes, entre eles a Kraft (Lacta), Nestlé, Garoto, Hershey's, Arcor e Mars.
Entretanto, segundo o presidente da entidade, Getúlio Ursulino, não há concentração no setor. "O Brasil é o quarto maior produtor e consumidor de chocolates do mundo. Nosso mercado é grande e há espaço para todos", disse o executivo. Além disso, de acordo com ele, a indústria de chocolates é segmentada em cinco diferentes atividades: a produção para o varejo (que responde por mais da metade das vendas), a fabricação para supermercados como marca própria, as indústrias com rede de lojas (Kopenhagen e Cacau Show, por exemplo), a confecção direcionada à própria indústria e as confecções artesanais. Essa última representa apenas 3% do mercado.
Segundo estimativas da Abicab, o mercado brasileiro de chocolates movimentou R$ 8,1 bilhões em 2008. (LC)
Veículo: Valor Econômico