A União Européia (UE) decidiu voltar a dar subsídios à exportação de produtos lácteos, podendo abrir confrontação com outros produtores agrícolas, incluindo o Mercosul. Bruxelas anunciou que a decisão foi tomada para compensar os produtores da Europa diante da forte queda nos preços dos lácteos no mercado europeu.
A UE diz que vai manter os subsídios dentro dos limites autorizados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), e que não se trata da volta da enorme ajuda governamental que provocava excedente de produção, que depois tinha de ser vendida barata no mercado internacional. Para o leite em pó, a UE vai dar subsídios de até 200 euros por tonelada. Para a manteiga, até 500 euros por tonelada, e para o queijo, pode chegar a 220 euros.
Embora insistindo que se trata de medida temporária, Bruxelas causará irritação entre concorrentes. A Nova Zelândia, um dos maiores exportadores mundiais, tinha advertido que a volta de subsídios seria um sinal extremamente negativo quando os países tentam fazer avançar a negociação para liberalizar o comércio global.
Os países do Mercosul, como o Brasil, também esperavam gradualmente poder exportar mais lácteos com a reforma da política de subsídios européia. A Argentina, por exemplo, deseja entrar mais na exportação de manteiga.
Veículo: Valor Econômico