Itajaí opera apenas com 10% de sua capacidade

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A movimentação dos portos de Itajaí e Navegantes despencou nos últimos três meses em função do assoreamento do calado do rio Itajaí-açu e dos danos físicos provocados pelas enchentes do final de novembro do ano passado. A movimentação do porto de Navegantes, que em outubro de 2008 foi de 40 mil TEUs, caiu para 17 mil em janeiro. Já o porto municipal de Itajaí, o maior exportador de congelados do Brasil, está operando com apenas 10% da capacidade, de 80 mil TEUs por mês, e deixando de faturar cerca de R$ 30 milhões por dia. O diretor Técnico do Porto de Itajaí, Tito Arruda, afirma que somente um berço, o quatro, está operando atualmente que pode comportar apenas um navio por dia.

 

Segundo Arruda, a movimentação em janeiro de 2008 foi de 55 mil TEUs e em janeiro de 2009 de 20 mil. As exportações de frangos, principal item da pauta, caiu de 125 mil toneladas em janeiro do ano passado para 30 mil em janeiro deste ano. "Os navios são grandes, de 230 metros, mas entram com carga limitada", diz Arruda. O presidente do Conselho de Administração da Portonave, Carlo Bottarelli, afirma que cada metro de calado a menos significa a redução de quatro mil toneladas de carga transportada. "Se considerar que um contêiner possui 20 toneladas, são 200 contêineres a menos por navio", detalha.

 

O secretário da Receita de Itajaí, Julio Alves de Sá, afirma que a arrecadação do município caiu 40% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. O percentual considera, no entanto, as perdas de todos os setores e não somente as causadas pelo porto, importante fontes de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

 

O diretor superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, afirma que o porto de Navegantes deveria estar faturando acima de R$ 15 milhões por mês, mas em janeiro foram contabilizados R$ 7 milhões. Bottarelli diz que a perspectiva de movimentação do Porto de Navegantes para o último trimestre do ano passado era de 120 mil TEUs, mas só foi possível realizar pouco mais da metade disso (65 mil TEUs).

 

A profundidade do rio, anteriormente de 11,3 metros passou para sete metros devido aos resíduos trazidos pela chuva. No final da última semana o Centro de Hidrografia da Marinha anunciou que com a dragagem em curso a profundidade chegou a 9,5 metros.

 

Apesar disso, Bottarelli acredita recuperar o prejuízo ao longo do ano. Castilho Ribas, mantém a meta de movimentar 1 milhão de TEUs até 2011, que é a atual capacidade do porto.

 

Segundo Bottarelli, Navegantes apresenta vantagens em qualidade, rapidez e custo logístico da operação em relação aos portos concorrentes, como São Francisco do Sul (SC), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS), para onde migraram as cargas. O porto de Navegantes é o único 100% privado em operação no Brasil. Em janeiro, com a inauguração da câmara frigorificada Iceport, investimento de R$ 50 milhões financiado em parte pela GE Capital, a Portonave se tornou especialista em cargas congeladas.

 

Esta câmara é totalmente informatizada e dispensa a contratação de mão-de-obra na operação interna. Possui 16 mil posições paletes, espécie de engradado que será colocado no contêiner, e capacidade estática de 18 mil toneladas. Poderá movimentar 360 paletes por hora através dos transelevadores que empilham as embalagens numa altura de 33 metros. Em função da baixa movimentação do porto, está funcionando parcialmente.

 

Carlo Bottarelli afirma que a Portonave está financiando projeto ambiental e de engenharia para aumentar o calado do rio Itajaí-açu para 14 metros, proporcionando mais cargas para a região e economia de escala para os armadores. Projeto será apresentado à ministra Dilma Roussef para ser inserido no PAC.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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