As vendas da fabricante francesa de cosméticos L’Oréal no Brasil foram fracas no primeiro semestre e apresentaram uma aceleração apenas na segunda metade de 2008, informou ontem a companhia, por ocasião da divulgação dos resultados anuais. A empresa não divulgou números específicos do desempenho da operação brasileira, mas descreveu como "difícil", o início do ano passado. O destaque ficou para o lançamento de sua marca Innéov, de nutriconcentrados, considerado como "espetacular". Também citou a "expansão significativa" da marca Galderma, fabricante de produtos dermatológicos na qual a companhia possui participa, ao lado da Nestlé. Já no segmento de produtos profissionais, o País, ao lado da Argentina, puxou o crescimento em toda a região, com destaque para o Force Relax, produto de relaxamento capilar.
As vendas da L‘Oréal subiram 2,8% no ano passado, para € 17,54 bilhões, incluindo a participação na fabricante de produtos dermatológicos e na rede varejista Body Shop, puxadas principalmente pelo bom desempenho das operações no Leste Europeu, na Ásia e na América Latina, já que as vendas na Europa Ocidental tem apresentado leve crescimento enquanto a operação na América do Norte tiveram queda significativa, de 11,6% no quatro trimestre, e 6,6% no ano, para € 3,74 bilhões. A América Latina apresentou crescimento de 2,4%, com vendas de € 1,15 bilhão.
Segundo analistas, diante da recessão consumidores deixaram de gastar com produtos de beleza e passaram a consumir marcas mais baratas. "Os mercados norte-americano e europeu continuam sofrendo", disse Andrew Wood, analista da Sanford C. Berstein, momentos antes da divulgação da L’Oréal, citando "uma potencial desaceleração dos mercados emergentes".
O lucro líquido antes dos ganhos e perdas extraordinários subiram 1% no ano passado, para € 2,06 bilhões, ou € 3,49 a ação, informou ontem a companhia com sede em Paris. O lucro líquido depois das participações minoritárias caíram 27%, para € 1,95 bilhão, pressionados por encargos de € 115 milhões relacionados ao fechamento de fábricas e renegociações contratuais. Um ano antes, o lucro teve alta de € 617 milhões graças à venda de sua participação sobre a fabricante de medicamentos Sanofi-Aventis. Já o lucro operacional caiu 3,5%, para € 2,73 bilhões. A rentabilidade operacional da região "resto do mundo", que inclui a América Latina, teve leve alta, de 16,6% para 16,9%
Veículo: Gazeta Mercantil