Lazer e alimentação serão principais motores dos novos shoppings do País

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Com a dificuldade em fechar contratos com lojistas do varejo tradicional, os novos centros de compras têm buscado alternativas. A tendência é concentrar na ampliação de opções de lazer e food service, para driblar a retração nas vendas, que ano passado impactou negativamente as administradoras de shoppings.

Para a superintendente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Adriana Colloca, este é o novo cenário do setor, pelo menos no período em que o comércio continuar afetado pela crise econômica no País. "Com certeza os novos shoppings terão um pouco de dificuldade no início. Mas são empreendimentos de longo prazo, a recuperação irá acontecer. O que eles pode fazer neste início para ajudar é otimizar o mix de lojas e investir na área de alimentação, que é um segmento um pouco mais resiliente", diz.

Espaços como o Cantareira Norte Shopping, em São Paulo (que abre suas portas hoje em São Paulo) e o Shopping Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (com inauguração prevista para amanhã), são dois desses empreendimentos que admitem focar suas estratégias para atrair o consumidor com eventos e praças de alimentação maiores.

Os dois segmentos foram menos corroídos pela crise econômica em comparação com o varejo, por exemplo.

"Nesse momento, acreditamos que os eventos, as atrações de lazer e entretenimento, além da alimentação, serão mais atrativos para conseguirmos cativar o consumidor da região. Nossa aposta no curto prazo é essa", conta o copresidente da Ancar Ivanhoe, Marcos Carvalho. A empresa é a administradora do novo Shopping Nova Iguaçu e controla empreendimentos em praticamente todas as regiões do País.

Segundo Castro, das 250 lojas previstas, cerca de 188 serão abertas em conjunto com o mall. Do restante, que representa 25% do total, uma parte está sendo finalizada e outra parte em negociação. "Num horizonte próximo a gente espera ter 100% das lojas em funcionamento. No entanto, a gente avalia que as que vão abrir podem satisfazer o consumidor de forma bastante relevante", comenta Castro. O investimento total no empreendimento foi de R$ 400 milhões. A obra foi iniciada no final de 2013.

No Cantareira Norte Shopping, a vacância na abertura do empreendimento será maior, com quase 30% da área bruta locável ainda sem ocupação por parte de lojistas. A praça de alimentação e o cinema, entretanto, estão prontos para receber o cliente. "As lojas que não forem abertas ainda estão em processo de obras, o que é natural em qualquer empreendimento deste porte", admite o superintendente do Cantareira Norte Shopping, Geraldo Carvalho.

Demanda no interior


O Grupo Tenco, que controla mais de 20 shopping centers, majoritariamente localizados em cidades do interior, aposta na demanda desses locais para continuar crescendo na crise.

Recentemente, a companhia inaugurou dois grandes malls em cidades como Juazeiro (BA) e Varginha (MG). "A estratégia baseia-se em novos mercados que tenham potencial para receber grandes empreendimentos, como os que foram construídos nessas cidades", conta a gerente executiva de marketing e inovação da Tenco, Maria Laura Guimarães.

De acordo com ela, as grandes cidades estão saturadas desses empreendimentos, o que garante às pequenas cidades serem mais vantajosas nesse sentido. "O Juá Garden Shopping, em Juazeiro, acabou de completar um mês e o Via Café Garden Shopping, em Varginha, tem pouco mais de 20 dias de funcionamento. Há uma demanda grande nessas regiões, até porque não há outros shoppings em um raio de 90 quilômetros nos locais", diz.

No segundo semestre deste ano, a companhia ainda deve inaugurar o primeiro shopping de Bragança Paulista (SP). Ao todo, os investimentos nos três malls ultrapassam os R$ 650 milhões. Segundo a Abrasce, 28 shoppings serão inaugurados no Brasil até o fim do ano.

 



Veículo: Jornal DCI


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