Shopping reduz projeção de expansão após ver tíquete cair

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O fechamento do primeiro trimestre está sendo um dos períodos mais aguardados pelo setor de shopping centers. A explicação é que houve a redução da expectativa de crescimento do setor, que ano passado era de 11% e agora caiu para 8%. Segundo especialistas, outro agravante é um recuo do tíquete médio do consumidor nas lojas. Eles acreditam que os resultados do começo do ano serão determinantes para saber o rumo do setor, responsável, hoje, por 18,3% das vendas do varejo e por 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Mesmo com o cenário nebuloso, administradoras de shoppings, como a Multiplan, mantêm investimentos na casa dos R$ 450 milhões. E o Sierra Brasil, que, mesmo com uma queda de 19,4% no lucro, inaugurará um novo shopping em Manaus no próximo dia 7.

 

Para Eduardo Cortez, analista de investimentos da Gradual investimentos, no geral, o setor foi muito bem no ano passado. "No quarto trimestre, vendeu acima do varejo e da indústria." Contudo, ele alerta de que há um índice a ser analisado: o primeiro trimestre. "Este é um termômetro que determinará o rumo do setor, neste ano. Se a performance for ruim, o ano pode não ser muito bom. Outro ponto que é preciso analisar é que o tíquete médio caiu, mas o volume de produtos vendidos aumentou, em 2008 - as empresas não informaram de quanto foi a redução, mas ela aconteceu. Temos de esperar os balanços do começo de ano para ver os resultados."

 

Para Cortez, os shoppings levam vantagens, tanto em termos de faturamento, quanto em arrecadação. "Os malls conseguem repor mais rapidamente uma loja que fecha. Não se pode desprezar itens como arrecadação de estacionamento, do condomínio e do fundo de marketing. Parte destes ativos entra nas receitas. E os preços médios de mercadorias são maiores que os de outros centros de compras", afirma.

 

Mesmo com o cenário conturbado e impreciso, a Multiplan, planeja investir R$ 454,3 milhões este ano em seus empreendimentos. De acordo com Armando d'Almeida Neto, vice-presidente e diretor de Relações com Investidores, R$ 340,9 milhões serão para revitalizações de shoppings já existentes. "Entregaremos, até meados de 2010, o Shopping Vila Olímpia, em São Paulo. Temos quatro expansões previstas: Shopping Anália Franco, Ribeirão Shopping, Park Shopping e BH Shopping. Além disso, devemos iniciar a expansão do Park Shopping Barigui, em Curitiba. Com estas medidas, adicionaremos 600 novas lojas ao nosso portfólio, cerca de 20% mais do que temos hoje."

 

A empresa, que registrou lucro líquido ajustado de R$ 57,97 milhões no quarto trimestre do ano passado (recuo de 4,8% ante o apurado no mesmo intervalo de 2007) e, em 2008, apresentou o lucro líquido ajustado de R$ 209,2 milhões (18,9% mais que 2007), prevê crescimento de vendas.

 

Segundo a empresa, há uma desaceleração no ritmo de compras do consumidor. Em 2007, o crescimento de venda foi de 19,3%, já em 2008, o ritmo de vendas caiu para 18,7%. "Agora, o impacto das vendas e quanto vão crescer, ainda é incerto por causa do cenário econômico mundial", destaca d'Almeida Neto.

 

Outra operadora, o Sierra Brasil, que administra nove shoppings, apresentou retração em seus resultados, mas mesmo assim manterá a expansão. A administradora fechou o ano com lucro líquido de R$ 187 milhões ante os R$ 232 milhões, em 2007. A novidade é a entrega, no dia 7 de abril, de uma unidade em Manaus, cuja vacância é de apenas 4% da área bruta locável (ABL).

 

Segundo a empresa, três novos projetos serão mantidos este ano: Londrina (PR), Uberlândia (MG) e Goiânia (GO).

 

Retração

 

De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) o ritmo de crescimento, em 2009, deve ser menor que os 11,4% de 2008, devendo chegar a 8%. A Abrasce registrou, no ano passado, faturamento de R$ 64,6 bilhões nos 377 shopping centers do País.

 

A entidade prevê que este ano sejam inaugurados mais 24 empreendimentos, contando um shopping inaugurado em janeiro, o que totalizará 660 mil m² a mais de ABL - hoje, de 8, 6 mil m².

 

Procuradas a General Shopping, uma das maiores do segmento, com 12 shoppings, e A Iguatemi Empresa de Shopping Centers (Iesc), que detém participação em 11 malls e administra nove de seus shoppings, não puderam se pronunciar pois divulgam seus resultados hoje.

 

Veículo: DCI


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