Varejo em BH tem queda de 1,05% no primeiro trimestre

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                                                                                          Levantamento foi divulgado ontem pela CDL-BH.

Pelo segundo ano consecutivo, o comércio em Belo Horizonte fechou o primeiro trimestre no negativo. De janeiro a março de 2016, as vendas do varejo caíram 1,05% frente ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o Termômetro de Vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), divulgado ontem. O aumento do custo de vida, do desemprego e das taxas de juros são alguns dos motivos apontados para a queda, também verificada na comparação mensal (Mar.16-Mar.15): - 0,68%.

Presidente da CDL-BH, Bruno Falci explica que há cerca de três anos a economia nacional vem apresentando sinais de piora, o que torna o resultado da pesquisa ainda mais preocupante, ao ter como referência desempenhos que já não eram satisfatórios. “Esse é o pior cenário que a gente pode ter, porque estamos perdendo em vendas com um comparativo que era fraco, o que é exponencialmente pior”, analisa o dirigente.

No primeiro trimestre deste ano, frente ao de 2015, os segmentos que apresentaram retrações foram: tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-1,83%), veículos novos e usados – peças (-1,43%), ferragens, material elétrico e de construção (-0,15%), papelarias e livrarias (-0,05%) e máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,04%).

Por outro lado, contribuíram para uma queda menor do indicador de vendas os crescimentos do comércio de artigos diversos (+3,53%)- que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha -; de drogarias, perfumes e cosméticos (+0,12%) e supermercados e produtos alimentícios (+0,06%).

Já na comparação entre março de 2016 com o mesmo mês no ano anterior, a redução nas vendas foi observada no comércio de tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-1,73%), veículos novos e usados – peças (-1,37%) e drogarias, perfumes e cosméticos (-0,17%). Em contrapartida, houve alta nos setores de ferragens, material elétrico e de construção (+1,27%); artigos diversos (+0,90%); supermercados e produtos alimentícios (+0,71%); papelarias e livrarias (+0,39%) e máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (+0,37%).

Crescimento - Em relação a fevereiro deste ano, o Termômetro da CDL-BH identificou um crescimento de 0,33% nas vendas do varejo em março. Apesar do número positivo, o Falci explica que essa alta não retrata uma melhora na economia e já era, de certa forma, esperada. “Infelizmente esse crescimento não é sinônimo de uma recuperação da atividade econômica. Esse resultado se explica pelo fato de fevereiro ser uma base fraca de comparação, devido ao menor número de dias úteis”, destaca o presidente da CDL-BH.

Para Falci, o mau desempenho do comércio na Capital é reflexo da atual gestão macroeconômica do País, responsável por corroer a renda do trabalhador e também o rendimento das empresas.

“Economicamente, estamos vivendo o caos. Quem faz a riqueza de uma nação é o setor produtivo, composto pelos empresários e trabalhadores. Os políticos deveriam ajudar nesse processo, mas o que eles estão fazendo com maestria não é a organização, mas a desorganização, gerando um sentimento que é o pior que se pode ter: a falta de confiança. Ninguém mais investe no Brasil porque não há confiança. Então, precisamos de um governo competente, nos três níveis, para se ter confiança e fazer o sistema voltar a funcionar”.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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