As vendas no comércio varejista baiano encerraram o primeiro trimestre do ano com uma queda de 11,9%. Foi o quarto pior desempenho do país, atrás apenas do Amapá (-21,5%), Acre (-12,2%) e Sergipe (-12,2%). Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em âmbito nacional, e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Em março, o varejo baiano registrou queda de 12,3% em relação a igual mês do ano passado. Por atividade, os dados do comércio, quando comparados a março de 2015, revelam que todos os oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento negativo. As maiores quedas foram verificadas no segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-20,6%); tecidos, vestuário e calçados (-17,7%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,6%); livros, jornais, revistas e papelaria (-16%) e combustíveis e lubrificantes (-15,7%).
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou, em março, decréscimo nas vendas de 11,9%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 11%.
De acordo com a SEI, "as condições financeiras mais rígidas dadas as altas taxas de juros, inflação elevada, restrição ao crédito, associado à retração no mercado de trabalho continuam influenciando o comportamento do setor nos últimos meses".
Outros locais
No conjunto dos estados pesquisados pelo IBGE, o comércio varejista encerrou o primeiro trimestre com queda de 7%, a maior da série, que, para essa base de comparação, teve início em 2001. O IBGE atribui o recuo aos "fatores inibidores de consumo: elevação da inflação, restrição do crédito e perda da renda real. Em março, ante o mesmo mês do ano passado, as vendas caíram 5,7%.
"O resultado confirmou o agravamento da crise no varejo registrada no ano passado. Claro que isso vem a reboque de toda a deterioração no mercado de trabalho, reflexo da crise econômica que se agravou no último trimestre do ano passado", justificou o economista Fábio Bentes, da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Analistas já calculam o tamanho da retração no Produto Interno Bruto brasileiro do primeiro trimestre do ano. Na previsão do Bradesco, a economia encolherá 0,8% em relação ao trimestre anterior.
Veículo: Jornal A Tarde - BA