Setor de cartões ignora a crise e já cresce 14%

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Apesar da expectativa de retração da economia e de estabilidade do Produto Interno Bruto em relação a 2008, como consequências da crise financeira, o setor de cartões de crédito acredita que será pouco afetada e continuará em crescimento durante 2009.

 

Para o presidente da MasterCard no Brasil, Gilberto Caldart, no plano macroeconômico, com a crise, as pessoas consomem menos, mas este é um efeito difícil de dimensionar. "Uma das variáveis que movem a indústria de meios de pagamento é a substituição de dinheiro e cheque pelo cartão, e esse fator continua presente, independentemente da questão econômica", disse o executivo, durante a apresentação do programa Consumidor Consciente, criado pela entidade.

 

Ainda segundo Caldart, as condições para a entrada de novos participantes no mercado de crédito ainda existem. "Os fatores que levaram à ascensão das classes D e E continuam a existir. Nossa visão é de um otimismo cauteloso", garante.

 

O executivo espera um crescimento ainda na casa de dois dígitos para 2009. "E, neste cenário desafiador, é ainda mais importante a educação financeira dos consumidores". Apesar de não divulgar detalhes de volume transacionado nem números do Brasil, a empresa processou 140 milhões de cartões no ano passado.

 

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), 2009 já está sendo melhor que o ano passado. De acordo com números consolidados de janeiro, neste ano houve um incremento de 14% nos cartões em circulação, em relação à 2008, a um total de 519 milhões. Em volume de transações, o primeiro mês deste ano cresceu 20%, de R$ 27,5 bilhões para R$ 32,9 bilhões.

 

Só em cartões de crédito, o aumento no volume de transações, em janeiro de 2009, foi de 18%, de R$ 15,7 bilhões para R$ 18,5 bilhões. No débito, o crescimento foi superior, 24%, a R$ 10 bilhões, ante o mesmo mês de 2008.

 

No total, 2008 encerrou com um volume transacionado de R$ 375,4 bilhões, ante R$ 301,6 bilhões em 2007, um crescimento de 24%, enquanto o total de cartões em circulação chegou a 514 milhões, 14% mais que no ano anterior. O superintendente-geral da associação, José Alípío dos Santos, preferiu não fazer previsões para 2009. "Temos pouca informação sobre o mercado, mas estamos desenvolvendo um banco de dados que irá nos dar detalhes das transações e facilitará projeções", afirma.

 

Consumidor consciente

 

Para Caldart, o programa de educação financeira da MasterCard é importante para conscientizar a massa de novos entrantes no mercado de crédito. "É uma questão importante para todos os players do sistema educar esse contingente que não foi preparado para isso."

 

Por isso, o foco principal da ação são os jovens, que entram no crédito pela primeira vez, a classe C, a cada vez maior no País, que também tem uma primeira experiência com instrumentos de crédito, e também as instituições financeiras que, como clientes da empresa, precisam levar informações para seus clientes.

 

O programa já tem um ano e meio de existência e, nessa nova fase, foi criado um site com ferramentas para ajudar o planejamento financeiro pessoal. "Esse não é um investimento de curto prazo. É necessário investir um longo período para que a educação financeira permeie gerações", acredita o executivo.

 

Para o presidente da MasterCard na América Latina e Caribe, Richard Hartzell, a companhia tem a responsabilidade de oferecer informações para os consumidores. "É nossa responsabilidade educar os consumidores para uma gestão saudável das finanças pessoais e no consumo saudável", acredita.

 

Apesar da expectativa de retração na economia, o setor de cartões de crédito acredita que será pouco afetado e continuará em crescimento durante 2009.

 

Para o presidente da MasterCard no Brasil, Gilberto Caldart, no plano macroeconômico, com a crise, as pessoas consomem menos, porém este é um efeito difícil de dimensionar. "Uma das variáveis que movem a indústria de meios de pagamento é a substituição de dinheiro e cheque por cartão, e esse fator continua presente, independentemente da questão econômica", disse o executivo. Os economistas também estão mais otimistas. A economia deve crescer no primeiro trimestre apenas 0,2%, segundo estimativa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No segundo trimestre, o crescimento deve chegar a 1,6%, no terceiro, a 2,5% e no quarto, a 3,1%. Com esses resultados, o Produto Interno Bruto (PIB) deve acumular 2% no ano.

 


Veículo: DCI


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