Única multinacional a atuar no setor de distribuição de combustíveis no Brasil, a anglo-holandesa Shell anunciou a aquisição de 45 postos da rede Simarelli no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Com o fechamento do negócio, cujo valor não foi revelado, a Shell volta a atuar na região Centro-Oeste oito anos após vender sua rede na área para a italiana Agip, que posteriormente vendeu tudo para a BR Distribuidora, da Petrobras. Em todo o país a Shell conta com cerca de 2,7 mil postos.
O acordo prevê a permanência da Simarelli, que continua com parte de sua rede na região - no transporte de combustíveis. Com a colocação de sua bandeira em mais 45 postos, a Shell expande sua área de atuação pelo Brasil, país onde tem a terceira maior participação no varejo do mundo, atrás da Alemanha e Estados Unidos. O plano da Shell prevê investimentos em 50 novos postos na região até o fim de 2009.
No ano passado a companhia abriu dois postos no Mato Grosso, um em Cuiabá e outro em Sinop, e está construindo outro em Rondonópolis, elevando para 13% sua participação de mercado naquele estado. Os postos adquiridos da Simarelli comercializam 160 milhões de litros de combustíveis por ano. A Shell planeja elevar esse volume para 250 milhões de litros em três anos.
A distribuidora ocupa o terceiro lugar no ranking de distribuição de combustíveis no Brasil, atrás da BR Distribuidora e do Ultra/Ipiranga. No ano passado a companhia comercializou 7,5 bilhões de litros de combustíveis, volume recorde que representou aumento de 15% em relação às vendas de 2007. Além da distribuição, a Shell mantém investimentos em exploração e produção de petróleo no país. A empresa já produz nos campos de Bijupirá e Salema (na bacia de Campos) e está investindo para produzir nos campos Ostra, Abalone e Argonauta, na bacia do Espírito Santo.
Ontem a Chevron informou que concluiu a transferência de seus negócios de distribuição no Brasil, com a marca Texaco, para a Ultrapar. O Ultra adquiriu no ano passado cerca de 2 mil postos com a marca Texaco no país junto com 48 bases de distribuição por R$ 1,161 bilhão. A estratégia da Chevron agora é concentrar as operações em lubrificantes e na área de exploração e produção de petróleo no Brasil.
Veículo: Valor Econômico