Mais uma vez, com os alimentos in natura mais caros, a taxa do IPC-S de São Paulo subiu 0,98% no índice de até 7 de abril, após avançar 0,87% no IPC-S de até 31 de março. O economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz informou que, na capital paulista, a taxa de elevação dos preços das hortaliças e legumes subiu para 9,36% enquanto as frutas subiram 7,55%.
Essa aceleração de preços foi determinante para os preços do grupo alimentação (de 2,05% para 2,96%) no período. O economista disse que São Paulo não foi a única capital a sofrer com o impacto dos aumentos nos preços dos in natura. O IPC-S da cidade do Rio de Janeiro subiu de 0,20% para 0,33%, devido principalmente aos aumentos mais intensos em hortaliças e legumes (de 2,43% para 5,29%); e em frutas (de 5,14% para 6,17%). Isso alavancou a taxa de inflação dos alimentos na cidade, no mesmo período (de 0,17% para 0,63%)
Mas para o economista da fundação, esse cenário de alimentos in natura em alta não deve se sustentar. Na análise de Braz, o impacto dessa elevação de preços pode ser considerado como "o auge" dos aumentos nos preços dos in natura, que começaram nos primeiros meses do ano, devido às oscilações climáticas no período, que prejudicam a produção de lavouras curtas, diminuindo assim a oferta desse tipo de item no mercado interno. Ele salientou que esse tipo de elevação é sazonal, característica dessa época do ano. "Esses aumentos, dessa magnitude, não devem continuar ao longo do mês de abril [para os alimentos in natura]" ressaltou o economista.
Isso deve contribuir para reduzir as taxas do IPC-S nas capitais, na análise do economista. Ele comentou que, em abril, algumas pressões estão previstas para puxar para cima a inflação nas cidades, como a previsão do impacto do reajuste nos preços dos medicamentos, e reajustes nas tarifas de água e esgoto residencial em algumas cidades. Mas para o economista, essas influências não serão tão importantes quanto o impacto benéfico que o provável recuo nos aumentos dos preços in natura terá sobre o IPC-S nas capitais, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo.
Veículo: DCI