O Carrefour, o maior varejista da Europa, deverá divulgar esta semana a primeira queda trimestral de suas vendas dos últimos seis anos, com a retração dos consumidores franceses e espanhóis e a desaceleração do crescimento na China.
Segundo a média das estimativas de seis analistas consultados pela Bloomberg, a receita do grupo no período de três meses encerrado em 31 de março deve ter caído 1,7%, para € 22,98 bilhões (US$ 30,5 bilhões), em relação aos € 23,38 bilhões do mesmo período do ano passado. Se confirmada, essa será a primeira queda da receita desde o primeiro trimestre de 2003. Excetuando-se aquisições, alienações e oscilações cambiais, as vendas recuaram 3,1%, mostra a pesquisa.
O Carrefour enfrenta dificuldades para reverter a queda de suas vendas na França e na Espanha, seus dois maiores mercados, num momento em que os consumidores reduzem as compras de produtos para casa e migram para marcas de alimentos mais baratas. Lars Olofsson, que sucedeu a José Luis Durán como principal executivo em janeiro, prometeu intensificar os abatimentos de preços e se concentrar na melhoria do desempenho no mercado de origem do Carrefour, responsável por cerca de 50% da varejista.
"Prevemos o recuo das vendas diante das condições muito difíceis da economia", disse Nicolas Champ, analista da Oddo & Cie., em nota. "A receita da Ásia será corroída pelo declínio da demanda por produtos não- alimentícios."
As vendas na França caíram provavelmente 4%, para € 9,7 bilhões, mostra a pesquisa. A comercialização de produtos não alimentícios, como eletrodomésticos e produtos eletrônicos para casa, nas megalojas francesas da empresa vêm recuando desde o início de 2008. Olofsson, ex-executivo da Nestlé, pretende reduzir os custos operacionais do Carrefour em € 500 milhões e empregar o dinheiro para financiar marketing e descontos.
A empresa pretende divulgar resultados amanhã, depois do fechamento do pregão francês.
Veículo: Gazeta Mercantil