Bancos públicos estudam formas de financiar produtos da linha branca e estariam em negociação com redes varejistas
No embalo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da chamada linha branca - geladeira, fogão, máquina de lavar -, os bancos públicos federais, principalmente a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil (BB), vão investir mais no crédito ao varejo. Ontem, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, admitiu que o banco estuda novas possibilidades de financiamento de produtos da linha branca.
O vice-presidente de Pessoa Física da Caixa, Fábio Lenza, ainda lembrou ao Estado que o banco, que já tem um cartão específico para financiar esse segmento, o Crediário Caixa Fácil, está negociando a expansão do crédito ao varejo com "mais de cem grupos" empresariais.
Por meio de sua assessoria, o Banco do Brasil disse que já dispõe de linhas de crédito voltadas para o varejo, está pronto para atender à demanda tanto de pessoas físicas como de jurídicas e que vai "intensificar" sua atuação no segm ento. E como no caso da Caixa, o BB também negocia parcerias com grandes redes do setor.
Com o incremento dos negócios do BB e Caixa no varejo, o governo abrirá um novo flanco de estímulo à competição no sistema financeiro. A presença no ponto de venda dos produtos é considerada estratégica, uma vez que o cliente pode comprar o determinado bem e contratar imediatamente o financiamento por meio da financeira ou banco que tem parceria com o varejista. O Estado apurou que o BB, por exemplo, estaria negociando um pacote de produtos, serviços e crédito com a Magazine Luíza.
Segundo Maria Fernanda, a Caixa deve buscar "novas formulações de crédito" e tentar facilitar o acesso dos consumidores aos financiamentos, diante da potencial expansão do setor com a redução temporária do IPI. "Estamos, a partir da redução do IPI, estudando novos lançamentos. Nossa contribuição vai ser exatamente em parcerias com grandes redes de varejo. O cons umidor escolhe o produto e já teria disponível o crédito da Caixa", afirmou.
Veículo: O Estado de S.Paulo