Mais dinheiro para a linha branca

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O setor de linha branca vai ganhar mais um incentivo. O Banco do Brasil (BB) anunciou ontem nova forma de financiamento para a compra de fogões, geladeiras e máquinas de lavar, com juros de 1,99% ao mês, parcelado em até 60 meses e prazo de 180 dias para pagamento da primeira parcela.

 

Segundo Aldemir Bendine, presidente do BB, a medida será anunciada oficialmente nesta quinta-feira e entra em vigor no dia seguinte. A nova linha será exclusiva para clientes do BB e será operacionalizada por meio de convênio entre a instituição e varejistas de todo o País. A lista preliminar, que terá mais de 18 empresas, será divulgada na quinta-feira.

 

Segundo Mário Casasanta, gerente executivo de crédito para pessoa física do BB, a nova medida vai vigorar durante o período de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedida pelo governo federal para a linha branca. A diminuição das alíquotas foi anunciada em 17 de abril com validade de 90 dias.

 

Casasanta observou que a lista de estabelecimentos conveniados não é definitiva. “Se algum cliente do banco quiser indicar uma rede que não esteja conveniada pode fazê-lo que iremos procurar a rede para tentar formalizar o convênio”, adianta.

 

O diretor do BB afirma que não foi definido um montante de recursos para a nova linha de crédito. “Será considerado o limite de cada cliente”, diz. O Banco do Brasil já conta com uma linha para financiamento de bens duráveis, com taxas mensais a partir de 2,6%, 48 meses para quitação e 59 dias de carência para início da devolução do valor.

 

Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), vê a medida como positiva. “Certamente vão dar nova ajuda às vendas, principalmente por conta do dia das mães”, diz. A dúvida, segundo Solimeo, é se a ajuda ao segmento de linha branca vai aumentar as vendas como um todo ou apenas haverá uma substituição de produtos, o que poderia levar ao encalhe de outros eletrodomésticos.

 

Fábio Pina, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), também avalia como positiva a ação do BB e acredita que a medida esteja relacionada à tentativa de forçar a baixa de juros entre a concorrência.
Pina afirmou que o juro de 1,99% ao mês é inferior ao que o mercado varejista cobra nos parcelamentos bancados com recursos próprios. Segundo o economista, não é possível estabelecer uma média de mercado porque as taxas dependem do volume de crédito empenhado nos contratos entre o varejo e as instituições financeiras.

 

Pina acredita que a iniciativa do BB fará outras instituições reduzirem os juros praticados neste tipo de financiamento sob pena de perder mercado. “O mesmo vai acontecer com os varejistas que não aderirem”, diz.

 

Em nota, Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que representa os fabricantes, afirmou que 'a indústria fica muito animada ao ver que o governo está abrindo diversas frentes de incentivo ao consumo”. Segundo ele, a medida deve refletir em mais vendas.

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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