Souza Cruz leva parque gráfico para o Rio Grande do Sul

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Com o objetivo de reduzir custos de produção, a Souza Cruz, maior fabricante de cigarros do País, com 62% de participação de mercado, inaugurou ontem seu Departamento Gráfico (DG) em Cachoeirinha (RS). O investimento na construção foi de R$ 150 milhões. O parque gráfico possui 20 mil metros quadrados e quando atingir a capacidade máxima de produção poderá imprimir cerca de 18 mil toneladas por ano.

 

O objetivo da empresa foi alocar DG, fábrica, centro de pesquisas e desenvolvimento e datacenter em uma única localidade, de forma a integrar as operações da Souza Cruz no Rio Grande do Sul. A proximidade de todas as atividades da cadeia produtiva permitirá maior eficiência na produção e oportunidades de sinergia no desenvolvimento do produto.

 

Para o presidente da companhia, Dante Letti, a transferência do departamento do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul representará não só economia financeira, mas também maior eficiência logística. "Do ponto de vista estratégico e profissional, faz todo o sentido centralizar tudo na mesma unidade, porque reduz os custos. Além disso, todo o maquinário é novo, mais moderno e eficiente do que o que estava sendo usado no Rio. Com a melhoria da qualidade das impressões poderemos aumentar a base competitiva para exportação, afirmou Letti. Ele explicou que este ano a empresa estará focada na consolidação da nova unidade.

 

A companhia possui outra unidade industrial em Uberlândia, Minas Gerais, da qual não abre mão, tendo em vista a logística complexa de um País de dimensões continentais. Mas, para Letti, a concentração da produção na unidade de Cachoeirinha é um passo estratégico importante por estar alinhada com os planos futuros da Souza Cruz de expansão para o Mercosul e tem a vantagem estratégica de estar perto de portos e ter fácil acesso para distribuição.

 

A transferência do parque gráfico para Cachoeirinha é fruto de acordo com o governo gaúcho, por meio do Fundo Operação Empresa (Fundopem), programa de incentivo à expansão e modernização da indústria no estado. A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, falou das vantagens da instalação da Souza Cruz para o estado. "Serão mais de 250 empregos na fábrica, além dos gerados durante a construção. Além disso, a empresa contribuiu para o aumento da arrecadação no estado", explicou.

 

O DG substitui o parque gráfico criado na década de 1950, no Rio de Janeiro. A Souza Cruz inaugurou a fábrica de Cachoeirinha em 2003. A transferência do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CPD) da empresa se deu em 2007. O novo parque gráfico será responsável pela produção de quase 100% das embalagens e ponteiras dos cigarros para distribuição no Brasil e na América Latina.

 

As operações na unidade ocupam apenas 10% do terreno de 208 hectares, sendo o restante destinado à preservação ambiental. Até o final de 2009, a fábrica estará gerando mais de 1,1 mil empregos diretos nas suas operações. A unidade é autossuficiente em energia térmica, pois utiliza biomassa proveniente de florestas renováveis próprias. Possui captação da água de chuva dos telhados que é estocada em um lago artificial. Os efluentes são tratados e mais de 96% dos resíduos industriais são reciclados.

 

IMPOSTO. O presidente da companhia voltou a afirmar que o aumento do alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o cigarro pode favorecer a ilegalidade. O executivo defendeu uma maior fiscalização por parte do governo para coibir os produtos que não pagam impostos. Ele afirmou, no entanto, que não é contra o aumento, que foi em torno de 20% a 25%. "O aumento do preço foi realizado durante o mês de abril, então ainda não sentimos o impacto. O nosso resultado do primeiro trimestre desse ano foi equivalente ao igual período de 2008. Será a partir de agora que poderemos observar como devem se comportar os consumidores, que podem tanto migrar para marcas de valor mais baixo, como podem acabar optando pelos produtos ilegais".

 

O executivo acrescentou ainda que, se o governo não fizer uma forte campanha para inibir a ação de contrabandistas, o aumento do imposto pode acabar não resultando em crescimento da arrecadação.

 

A Souza Cruz encerrou 2008 com aumento de 1,2 ponto percentual em participação de vendas em relação a 2007. O volume cigarros comercializados em 2008 pela companhia foi de 78,6 bilhões, praticamente em linha com os 78,8 bilhões vendidos no ano 2007.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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