Depois da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para fogões, refrigeradores, máquinas de lavar e tanquinhos, anunciada há 10 dias, a Casas Bahia aumentará o número de encomendas às indústrias. Segundo Michael Klein, diretor financeiro da rede, as vendas dos produtos beneficiados pela redução do imposto vêm crescendo entre 10% e 15%.
E as expectativas são que as vendas do Dia das Mães, a mais importante data depois do Natal para o segmento de eletrodomésticos de linha branca, sejam maiores do que o previsto inicialmente. A linha branca representa cerca de 30% do faturamento da Casas Bahia.
Klein afirmou, contudo, que a Casas Bahia não precisa de recursos para financiar sua expansão e seu capital de giro. "Estamos capitalizados e temos recursos próprios", disse o empresário. Segundo ele, a empresa nunca bateu às portas do BNDES em busca de financiamento. "Nem sei o endereço [do banco estatal]", afirmou Klein.
O Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne as maiores varejistas de diversos segmentos, vem discutindo com o governo federal a concessão de linhas de crédito para capital de giro para financiar a atividade, a custos mais acessíveis que os oferecidos pelos bancos.
Como as varejistas pagam seus fornecedores à vista e vendem as mercadorias a prazo, as empresas precisam recorrer às linhas de crédito para bancar seus estoques. Muitas redes diminuíram o número de prestações oferecidas aos consumidores devido à elevação do custo do dinheiro e à escassez na oferta crédito no sistema financeiro.
"Não são todas as varejistas que precisam de capital de giro. A Casas Bahia não precisa", afirmou Klein, que inaugurou ontem quatro lojas em Salvador (BA). Apesar do nome, a Casas Bahia nunca atuou no Estado.
Por enquanto, não está nos planos da varejista entrar em outras capitais do Nordeste. "Vamos primeiro consolidar nossa presença em Salvador e no interior da Bahia", disse Klein.
A expectativa da varejista é inaugurar 32 lojas até o primeiro semestre de 2010 em Salvador e municípios vizinhos. Segundo Klein, após a abertura de um maior número de lojas, a Bahia deve ter um peso semelhante ao de Minas Gerais no faturamento total da rede. O mercado mineiro representa atualmente cerca de 4% das vendas da varejista, ou o equivalente a R$ 500 milhões por ano.
Veículo: Valor Econômico