Melitta amplia aporte em cafés de qualidade

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Na contramão do setor torrefador, que prevê desaceleração do consumo de café no Brasil em 2009, a Melitta promete manter seus investimentos no país, sobretudo para consolidar os aportes realizados em 2008, que garantiram forte crescimento das vendas da companhia no ano.
"Investimos em novos produtos em 2008 e obtivemos um resultado excelente, em um ano marcado pela crise financeira global", afirmou ao Valor Bernardo Wolfson, presidente da companhia no país.

 

Após pesquisas, a empresa colocou no mercado "blends" de cafés de três diferentes regiões do país: Mogiana paulista, Cerrado mineiro e Sul de Minas. O lançamento foi feito no Rio Grande do Sul em 2008 e neste ano deverá se expandir para a região Sudeste, além do Paraná e Santa Catarina.
"Temos pouca presença em Minas Gerais", afirmou. O Estado mineiro é importante, uma vez que é o maior produtor de café do país, responsável por 50% da oferta nacional. A produção do grão de Minas supera a da Colômbia, terceiro maior exportador global.

 

A decisão de diferenciar os produtos trouxe bons resultados à companhia, segundo Wolfson. Em 2008, a companhia encerrou com faturamento de R$ 598 milhões, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Para este ano, a expectativa é de que a receita cresça, no mínimo, 4%. Embora um crescimento mais modesto que o ano anterior, o avanço é considerado significativo, considerando que boa parte das indústrias torrefadoras possa fechar no vermelho este ano.

 

Há seis anos à frente da subsidiária no país, Bernardo Wolfson orgulha-se do crescimento contínuo da companhia no país neste período. Wolfson disse que a empresa já está debruçada em pesquisas para novos "blends" de cafés que serão comercializados a partir de 2010. "Sabemos que o consumido muda de duas a três vezes a marca de café durante o ano. Por isso, trabalhamos para oferecer diferenciais", afirmou.

 

Em julho do ano passado, quando a empresa alemã comemorou 100 anos, o presidente da torrefadora, Thomas Bentz, neto da fundadora da companhia, afirmou ao Valor ter planos ambiciosos para o país. Não é à-toa. No Brasil há 40 anos, a companhia responde por 17% do faturamento do grupo no mundo, representando o maior receita fora da Alemanha.

 

Para este ano, a empresa vai investir R$ 31 milhões, dos quais parte serão destinados a pesquisas e marketing, sobretudo, e outros R$ 7 milhões em aportes em suas fábricas, principalmente em modernização de equipamentos.

 

Quarta maior torrefadora do país, segundo dados da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), a Melitta não descarta fazer aquisições para expandir seus negócios, embora no momento esteja consolidando os investimentos recentes. A companhia conta com duas torrefadoras no país - Avaré (SP) e em Bom Jesus (RS) - e uma fábrica de filtros de papel em Guaíba (RS).
 


Veículo: Valor Econômico


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