A volta das chuvas no Paraná poderá garantir produção 2% maior de trigo. Até o início deste mês os agricultores estavam em compasso de espera. Quase dois meses de estiagem foram responsáveis pela quebra de 550 mil toneladas na safrinha de milho. Mas com a melhora das condições climáticas, os produtores poderão retomar o plantio do trigo para garantir o abastecimento interno, cuja demanda é superior a 11 milhões de toneladas.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura, apenas 300 mil hectares, ou 22% da área prevista para ser destinada ao grão, está ocupada. No ano passado, nesta mesma época, 37% da área já estava semeada.
Para este inverno, o Deral projetou um aumento de 2% no plantio de trigo, o que representa o cultivo de 1,17 milhão de hectares. Mas se a incidência de chuva em maio se confirmar, a área de trigo poderá crescer ainda mais informa o agrônomo do departamento, Otmar Hubner. No ano passado, o grão foi cultivado em 1,15 milhão de hectares, o que proporcionou uma das melhores safras de todos os tempos no Paraná, com a colheita de 3,2 milhões de toneladas do cereal.
A previsão é que o interior do estado terá entre 40 milímetros e 80 milímetros de chuva nos próximos 15 dias. Caso esse volume se confirme, não será mais possível reverter a quebra na safrinha de milho. Mas, pelo menos, as precipitações anunciadas deverão pôr fim à possibilidade de perdas ainda maiores.
O Departamento de Economia Rural estimou na semana passada que a estiagem reduziu em 9% o potencial produtivo das lavouras de milho do Estado. Com isso, a safrinha paranaense que tinha previsão de uma colheita de 6,33 milhões de toneladas, vai render 5,78 milhões, em uma área de 1,5 milhão de hectares. Esta estimativa, no entanto, ainda é 1% superior ao resultado do ano pas-sado, quando o Paraná colheu 5,71 milhões de toneladas de milho na segunda safra.
Veículo: Gazeta Mercantil