Credores da Gimenes recusam propostas do Carrefour e Ricoy

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Os credores da rede de supermercados Gimenes rejeitaram na última sexta-feira as propostas do Carrefour e do Ricoy para a compra da rede de supermercados com sede em Sertãozinho, interior de São Paulo. Nova assembléia ficou marcada para esta quarta-feira.

 

Os R$ 55 milhões à vista oferecidos pelo Carrefour por 22 das 23 lojas Gimenes e os R$ 80 milhões (em oito anos) da proposta do Ricoy pelas 23 lojas da rede são consideradas, por parte dos credores, ofertas que não refletem o potencial do Gimenes. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o faturamento da rede Gimenes em 2007 foi de R$ 509,3 milhões.

 

Os credores se queixam da falta de transparência das informações do Gimenes, em recuperação judicial desde dezembro de 2008. "Está difícil votar com alguma segurança. Não se sabe nem o valor exato da dívida, que em dezembro de 2008 se aproximava de R$ 100 milhões", diz um advogado representante de um banco credor da rede. "Os números do administrador judicial não batem com os fornecidos pelos administradores da Gimenes", critica.

 

Segundo ele, durante a assembléia ocorrida em Sertãozinho na sexta-feira passada, diversos boatos irritaram os credores, dificultando a negociações. Entre eles, informações de que o escritório de advocacia responsável pelo pedido de recuperação judicial do Gimenes estaria cobrando R$ 3 milhões pelo serviço. "Isto seria suficiente para pagar 70% dos credores de pequeno porte", disse uma fonte.

 

Circulou também a informação de que o Citybank, o principal credor, entrou com pedido de falência do Gimenes. A única boa notícia, aparentemente, foi um suposto aumento da proposta do Ricoy, que estaria disposto a pagar mais R$ 9 milhões sobre sua oferta original de R$ 80 milhões em 96 parcelas mensais. Nenhuma dessas informações pôde ser confirmada.

 

Os credores criticam os gestores pela má administração da rede, que atuava em 17 cidades da região de Ribeirão Preto. Controlada desde 2006 pelo fundo Governança e Gestão Investimentos (G&G), capitaneada pelo economista Antônio Kandir, o Gimenes fechou todas as lojas e demitiu 2 mil funcionários a partir de dezembro do ano passado. A G&G administrava a Gimenes em parceria com a Galeazzi Associados, consultoria especializada em reestruturação de empresas e com larga experiência no varejo. "Eles tinham crédito equivalente a dois meses de faturamento, num setor que registra giro médio de mercadorias de duas vezes por mês, e ainda assim fecharam as lojas", lamenta um credor.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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