A previsão da Hypermarcas, feita no final de 2008, de que seu segmento não seria fortemente afetado pela crise se concretizou. Por não estar em um setor que depende de crédito, a empresa - que mantém um dos mais diversificados portfólios de produtos de consumo, com marcas como Benegripe, Estomazil, Epocler, Monange, Assolan, Zero Cal e Salsaretti - apostou no aumento das vendas e conseguiu reverter um prejuízo de R$ 6,9 milhões registrado no primeiro trimestre de 2008, alcançando um lucro líquido de R$ 76,3 milhões no primeiro trimestre de 2009.
A receita líquida obtida no período, de R$ 384,7 milhões, foi 72% superior à registrada no primeiro trimestre de 2008. A lucratividade em relação à receita líquida atingiu 19,8%. Boa parte desse crescimento deve-se às aquisições das empresas DM Farmacêutica, Farmasa, Ceil, NY Looks e Niasi. Da receita líquida total, R$ 129,8 milhões foram referentes às compras realizadas em 2008, e R$ 255,0 milhões aos negócios já pertencentes à Hypermarcas. Esse valor representa alta de 14% em relação aos R$ 223,7 milhões registrados no mesmo período.
"Enfrentamos o desafio de integrar as empresas em meio a pior crise internacional", disse o presidente da companhia, Claudio Bergamo. Com isso, a empresa conseguiu gerar caixa, atingindo um Ebitda de R$ 102,1 milhões no primeiro trimestre, acima do patamar de R$ 100 milhões, como no último trimestre de 2008. O montante representa expansão de 43,2% em relação ao primeiro trimestre de 2008. "Estamos conseguindo reduzir, assim, nosso endividamento de 2,8 vezes o Ebitda para 2,5 vezes", afirmou. Com a capacidade financeira recuperada, a Hypermarcas planeja voltar às compras neste ano.
Um ano depois do IPO, Bergamo diz que a Hypermarcas conseguiu apresentar ao mercado de capitais os bons resultados sugeridos, porém, ainda se ressente pelos investidores nacionais só representarem 10% do total.
Veículo: Gazeta Mercantil