Hypermarcas quer voltar às compras no 2º semestre

Leia em 2min 40s

Ao ver superadas as já promissoras expectativas de desempenho na crise, a Hypermarcas deverá retomar antes do planejado a estratégia de crescimento via aquisições. Após dizer, em novembro último, que 2009 seria um ano de consolidação dos negócios existentes, o presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo, já admite a possibilidade de voltar às compras durante o segundo semestre.

 

Os resultados apresentados nos três primeiros meses deste ano atestam o fato de que o setor brasileiro de bens de consumo vem passando quase imune pela crise financeira internacional. Com a receita crescendo acima das expectativas, a Hypermarcas acredita que irá gerar caixa suficiente para baixar os indicadores de endividamento, o que possibilitará a realização de novas aquisições no mercado.

 

Atualmente, a companhia tem uma dívida líquida de R$ 1,1 bilhão, o que representa 2,8 vezes a geração de caixa dos últimos 12 meses, hoje em R$ 380 milhões. Com os negócios aquecidos, a expectativa da empresa é reconduzir rapidamente esse indicador para baixo de 2,5 vezes, patamar considerado confortável para novas aquisições. "A rapidez da geração de caixa deverá nos dar condições (de ir às compras) a partir do segundo semestre", disse Bergamo.

 

Além dos resultados já realizados, a expectativa do executivo se fundamenta no cenário econômico futuro, que, segundo ele, se mostra favorável para os produtos comercializados pela Hypermarcas, que vão de desodorante a molho de tomate, passando por esmalte de unhas, antiácido e sabão em pó.

 

"Nosso maior risco é a inflação, que tem sido bem controlada. Além disso, temos conseguido baixar os juros, o que preserva o médio prazo do nosso segmento", explicou Bergamo.

 

A companhia apurou lucro líquido de R$ 76,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, contra prejuízo de R$ 6,9 milhões registrado em igual período de 2008. Naquela ocasião, a perda se deveu a um desembolso extraordinário de R$ 61,8 milhões referente à amortização de ágio das aquisições.

 

Ainda assim, o desempenho operacional da companhia melhorou. Entre janeiro e março, a receita líquida somou R$ 384,7 milhões, alta de 72% ante os três primeiros meses do ano passado. O desempenho foi puxado pelas aquisições realizadas em 2008, que agregaram receita de R$ 129,8 milhões. Mesmo assim, quando utilizada a mesma base de comparação, a receita avançou 14% em um ano. A expectativa da empresa era de um salto de aproximadamente 7%.

 

Segundo Bergamo, entre as marcas adquiridas no ano passado, as que apresentaram os melhores desempenhos de vendas foram Risqué (esmalte de unhas), Biocolor (tintura para cabelo), Monange (creme hidratante), Estomazil (antiácido) e Bozzano (linha de produtos masculinos), além dos medicamentos Epocler e Engov.

 

O custo dos produtos pela empresa também mostrou alta importante, de 87,7%, fechando o primeiro trimestre em R$ 163,7 milhões. As despesas operacionais avançaram 76,5% no mesmo intervalo de comparação, para R$ 130,1 milhões.

 

Diante disso, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (lajida) ficou em R$ 102,1 milhões, o que representa uma alta de 43,2% ante o primeiro trimestre de 2008.
 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Pão de Açúcar reduz despesas e vendas crescem

O Grupo Pão de Açúcar obteve lucro líquido de R$ 94,9 milhões no primeiro trimestre d...

Veja mais
Mais segurança no crédito

Desde que a crise se acirrou os comerciantes vem sentindo alguns solavancos nas vendas, com efeitos mais fortes em algun...

Veja mais
Vendas avançam 25% no Dia das Mães

O Dia das Mães reforçou sua posição de segunda melhor data sazonal para o varejo de nã...

Veja mais
Pão de Açúcar tenta convencer acionista de que está

Apesar dos esforços do grupo Pão de Açúcar para vender produtos mais baratos nas prateleiras...

Veja mais
Trabalho à distância ajuda a atrair talentos

O acesso a um conjunto mais vasto de talentos, melhora de produtividade, menos gastos no espaço dos escritó...

Veja mais
Hypermarcas reverte prejuízo

A previsão da Hypermarcas, feita no final de 2008, de que seu segmento não seria fortemente afetado pela c...

Veja mais
APP começa a diversificar a oferta de couché no Brasil

Personalização completa. Essa pode ser a alternativa de diferenciação para algumas publica&c...

Veja mais
Consumo interno de café cresce em 2009

As vendas de café para o mercado interno cresceram 14,4% entre fevereiro e março deste ano, mesmo com os p...

Veja mais
Leite

O Brasil filiou-se, na última semana, à Federação Internacional de Laticínios (FIL). ...

Veja mais