Pão de Açúcar quer crescer com atacarejo e lojas de conveniência

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O presidente do Pão de Açúcar, Cláudio Galeazzi, afirmou no ano passado que os esforços da empresa estavam voltados para racionalizar investimentos e criar condições para uma expansão mais agressiva em 2009. Porém, o grupo ainda mantém cautela quando o tema é expansão. Apesar de ter aumentado em 10% os recursos para abertura de lojas neste ano, estimados em R$ 1,324 bilhão, a empresa tem como foco crescer em segmentos de baixo custo de operação, o "atacarejo", modelo de loja que mistura as vendas de varejo e atacado, e as lojas de conveniência. Ficou para trás o tempo em que a rede anunciava grandes inaugurações dos formatos de supermercados e hipermercados, modelos que caracterizam as gigantes do setor.

 

A justificativa do grupo para investir nas bandeiras de atacarejo Assai e no formato de conveniência, Extra Fácil, é que ambas permitem uma ocupação de mercado mais acelerada. A estimativa da empresa, é que serão abertas neste ano entre 50 e 70 lojas, sem definir formatos. No entanto, em 2008, a companhia chegou a divulgar a abertura de 91 pontos-de-venda em 2009, sendo dois hipermercados e cinco supermercados, 14 lojas Assai, 10 postos de combustível e 60 Extra Fácil.

 

Em 2008, o grupo investiu R$ 503,1 milhões na abertura de 31 lojas, sendo 1 Pão de Açúcar, 1 Extra, 1 Extra Perto, 1 Comprebem, 14 Extra Fácil, 6 Extra Eletro e 7 Assai.

 

A aposta nas lojas Extra Fácil se deve aos baixos investimentos para abertura, na comparação com os supermercados. Já a marca Assai tem um custo de operação menor, em relação as demais bandeiras, apesar de apresentar margens mais reduzidas. Enquanto bandeiras como Pão de Açúcar e Extra garantem margens entre 25% e 26%, no Assai a margem de lucro varia de 13% a 15%. "Dobramos de tamanho no Assai no último ano", diz Enéas Pestana, vice-presidente administrativo financeiro do grupo.

 

Quando formou a joint-venture Assai, no final de 2007, a rede contava com 14. Atualmente são 28 pontos-de-venda da rede de atacarejo e 38 unidades da bandeira de conveniência.

 

Resultados do grupo

 

O Assai fez sua estreia no mercado carioca em dezembro do ano passado. Com três lojas abertas na região, a bandeira registrou prejuízo líquido de R$ 3,5 milhões no primeiro trimestre. "Este resultado reflete a construção de preço em um mercado novo combinado com o fato da loja ser nova. O Rio de Janeiro é um mercado bastante competitivo. O prejuízo foi previsto e planejado", diz Pestana.

 

O lucro líquido do grupo no primeiro trimestre foi de R$ 94,9 milhões, aumento de 185,5% em relação ao mesmo período de 2008. As vendas brutas no primeiro trimestre de 2009 cresceram 6%, chegando a R$ 5,2 milhões. Já as vendas líquidas ficaram em R$ 4,6milhões, crescimento de 9,4%. No conceito mesmas lojas, ou seja, considerando-se as lojas abertas a pelo menos um ano, o crescimento das vendas brutas foi de 4,6% no trimestre. As vendas líquidas registraram aumento de 7,9%.

 

Os não-alimentos continuam se destacando na rede. Ainda no conceito mesmas lojas, as vendas de produtos não-alimentícios cresceram 9,7% no trimestre. Já os produtos alimentícios, cresceram 3,1% no mesmo período.

 

Os resultados alcançados pela FIC, a financeira do grupo, também sinalizam o foco no setor de não-alimentos. A carteira de recebíveis totalizou R$ 1,6 bilhão no mesmo período. A financeira encerrou o trimestre com uma carteira de 6,1 milhões de clientes, crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período de 2008.

 

Nova empresa

 

O Pão de Açúcar está concluindo a formação de seu braço imobiliário, empresa que cuidará dos negócios do grupo no setor. Caio Mata, executivo da rede que cuidava de expansão e das galerias de lojas dos supermercados será o presidente da empresa.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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