Desoneração dá impulso

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A expectativa de crescimento do setor de eletrodomésticos de linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa) para o ano passado era de 15%, mas, devido à redução generalizada do consumo de bens de alto valor agregado, decorrente da escassez de crédito provocada pela crise financeira global, o setor cresceu somente 7% em 2008. Com vistas a estimular o consumo, o Governo Federal lançou mão da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o segmento, no dia 17 de abril deste ano. Deu certo.

 

A manobra governamental surtiu efeito imediato e, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), abril apresentou aumento de 10% de vendas sobre março. O presidente da Eletros, Lourival Kiçula, disse que tem conversado com grandes varejistas do setor que contam que as vendas de maio estão melhores que as de dezembro do ano passado. Kiçula estima que o crescimento de abril frente ao mês anterior tenha sido de 10%, e o crescimento de maio em relação a abril tenha sido de 20%.

 

O governo manterá a medida por três meses a partir de sua aplicação, portanto, até a primeira quinzena de julho. O governo baixou o IPI das geladeiras que era de 15% para 5%; o de fogões, de 5% para zero; o de máquinas de lavar, de 20% para 10%; e o de tanquinhos (lavadouras semi-automáticas), de 10% para zero.

 

"Nós não divulgamos o desempenho do setor mês a mês, mas se pensarmos que a previsão de crescimento para o ano passado era de 15% e ficou em 7%, constatamos uma grande queda nos quatro últimos meses do ano. Agora, com a redução do IPI, o cenário mudou e maio, para grandes varejistas, está sendo melhor do que dezembro, que é o mês mais importante para o comércio", disse Kiçula.

 

Os efeitos positivos da medida levaram Kiçula afirmar que acredita que, mesmo que o governo não renove o incentivo, pelo menos não voltará os tributos aos patamares anteriores. De acordo com o presidente da Eletros, o mais provável é que as autoridades governamentais mantenham ou façam uma revisão dos percentuais de tributação.

 

"Acredito que a revisão seja mais provável do que a manutenção. O governo poderá segurar a tributação em patamares baixos, mas dificilmente a deixará no zero. Isso só vai acontecer caso o governo abra mão de arrecadação em benefício da população e da economia. Não tenho dúvida, entretanto, de que o governo não voltará a tributação aos patamares de antes", disse Kiçula, para quem a tributação de 20% em máquinas de lavar roupa, por exemplo, é excessiva, visto o grau de sua necessidade para a população.

 

Segundo Kiçula, assim que o governo baixou o decreto que reduziu o IPI para linha branca, os varejistas começaram a fazer pedidos de substituição de seus estoques. Segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, que analisou o preço de vários tipos de eletrônicos no acumulado de 12 meses até maio deste ano, os principais produtos de linha branca que apresentaram queda de preços foram refrigerador e freezer (-2,96%) e máquina de lavar roupa (-3,55%).

 

Um dos efeitos positivos da redução dos preços da linha branca é que ela tem pressionado para baixo os preços de outros tipos de produtos, como eletrônicos. Ao verem suas vendas e seu faturamento crescerem, os varejistas compram mais quantidade de determinados produtos.

 

De acordo com levantamento da FGV, dos 14 tipos de eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos pesquisados pela fundação, oito registraram queda de preços na taxa acumulada em 12 meses até maio deste ano, no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Os destaques de quedas acumuladas de preços ficaram com televisor a cores (-47,71%) e computadores e periféricos (-31,37%).

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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