Mercadinhos se consolidam

Leia em 3min 40s

Os consumidores não deixam de comprar nos mercados de vizinhança, mesmo os que têm o hábito de compras regulares nos hipermercados.

 

A despeito do crescimento das redes de supermercados no ano passado, a loja de vizinhança não sai do gosto do consumidor. De acordo com pesquisa realizada pela Latin Panel para a Associação Paulista de Supermercados (Apas), do total de 85% das famílias que realizam compras em hipermercados, 40% também compram em lojas de vizinhança no mesmo mês.

 

Segundo Martinho Paiva Moreira, vice-presidente de Comunicação da Apas, os consumidores olham o hipermercado como um local para fazer o abastecimento maior. Mas eles não têm o hábito de ir a esse tipo de varejo para as compras do dia a dia. "Nesse caso, preferem os supermercados de vizinhança, pois o próprio tamanho dessas lojas e a disposição dos produtos facilitam a compra de poucos itens, ao contrário do que ocorre nos hipermercados", diz.

 

Isso não significa, entretanto, que as grandes redes fiquem de fora desse segmento. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, com a estabilidade econômica o consumidor aumentou o número de visitas ao supermercado e, nesse caso, a proximidade é um apelo importante. "Esse é um dos motivos para as grandes redes terem ampliado sua atuação para os multiformatos, adquirindo ou criando lojas de vizinhança", afirma Honda. Foi o que fez o Grupo Pão de Açúcar, com o Extra Perto; Wal-Mart com Todo Dia e o Carrefour com o Carrefour Bairro e o Dia%. Há ainda aqueles que se restringem ao formato único, mas fazendo bem: com atendimento personalizado, qualidade e proximidade, casos de Econ e Futurama, por exemplo. "Normalmente, essas lojas têm localização privilegiada no bairro, o que por si só já é um grande atrativo", acrescenta o presidente da Abras.

 

O vice-presidente do Todo Dia, bandeira do Wal-Mart que atua como loja de vizinhança, Demétrio Magnani, diz que uma das estratégias da marca é alcançar o consumidor de baixa renda e, nesse caso, a proximidade é um fator muito importante. "Se considerarmos que mais de 70% dos brasileiros fazem parte das classes C, D e E, já dá para perceber a importância desse modelo de negócios."  Embora a operação tenha começado no Nordeste – onde possui 37 lojas – Magnani diz que o Todo Dia já se tornou uma bandeira nacional, com unidades no Sudeste (sendo quatro na grande São Paulo), e  com inaugurações previstas em breve para o Sul.

 

Sem antecipar números e expectativas, o executivo afirma que das 90 inaugurações de lojas previstas para este ano, 50% serão das bandeiras Todo Dia e Maxxi Atacado.

 

Já o Carrefour fez da implantação da loja de vizinhança – o Carrefour Bairro – a sua estratégia de expansão no Brasil. "Sempre trabalhamos com a complementaridade de formatos, que nos permitem atender de forma ampla as necessidades dos nossos clientes, aumentando suas opções de compra, tanto no que diz respeito a preços, como mix de produtos, localização e acesso", explica Laurent Bendavid, diretor da divisão Centro-Sul e Carrefour Bairro.

 

Ele diz que nas lojas Carrefour Bairro, o lay-out reproduz um ambiente típico de bairro, com açougue, padaria, frutaria e peixaria ocupando o mesmo espaço, a exemplo do que ocorre no supermercado de vizinhança. O mix do Carrefour Bairro é fundamentalmente composto por produtos
das categorias alimentar e de limpeza e alguns itens de bazar.

 

"No hipermercado, além desses itens, há um grande sortimento de bazar e eletro, além de uma série de outros serviços, como drogaria, serviços digitais e lanchonetes."

 

Inaugurações – De olho nesse filão, o Grupo Pão de Açúcar inaugurou na semana passada mais uma loja do Extra Perto, desta vez na zona norte de São Paulo, no Mandaqui. De acordo com Sylvia Leão, diretora-executiva da rede, esse formato de loja – a exemplo do Carrefour – também é uma alternativa de expansão da bandeira Extra e uma forma de penetrar nos mercados onde a rede já opera com o hipermercado.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


Veja também

Samsung quer crescer com telas de toque

A Samsung, fabricante coreana de produtos eletrônicos, que implantou uma fábrica no Brasil em 2004, quer ex...

Veja mais
Shoppings gastam mais com ações no Dia dos Namorados

Depois de ultrapassarem as metas de vendas para o Dia das Mães, os shopping centers resolveram aumentar o investi...

Veja mais
Atacadista reclama de alíquotas

Atacadista diz que setor perde negócios com substituição tributária   O comérc...

Veja mais
Selmi lança novas linhas de azeite e de biscoitos

O fabricante de massas alimentícias da marca Renata e Gallo, o Grupo Selmi, para ampliar a sua participaç&...

Veja mais
Centrum deve vender 20% mais

O suplemento vitamínico Centrum, produzido pela Wyeth Consumer Healthcare, acaba de ganhar uma fórmula exc...

Veja mais
Mars prevê alta de 15% nas vendas com novo produto

A Mars Brasil lançou na última semana uma edição limitada do chocolate Twix batizado de "Tri...

Veja mais
Nestlé negocia fábrica da Parmalat no R

Fim de um mistério de quase nove meses: a Nestlé está negociando a compra da maior fábrica d...

Veja mais
Genérico deve dobrar participação até 2011

A participação dos genéricos no mercado de medicamentos brasileiros deverá dobrar até...

Veja mais
Philips acerta a compra da italiana Saeco

O grupo do setor de eletrônica Philips chegou a um acordo para comprar a italiana Saeco, uma das principais marcas...

Veja mais