Com IPI baixo, eletros caem 4%

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A queda, segundo Dieese, se deve à redução do imposto, que, no caso de geladeira, foi de 15% para 5%

 

Carolina Dall’olio, carolina.dallolio@grupoestado.com.br

 

Os preços dos eletrodomésticos caíram até 3,93% no mês de maio, mostra o Índice de Custo de Vida (ICV) medido pelo Dieese (veja quadro à esquerda). A redução se explica, principalmente, pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos artigos da linha branca.

 

No fim de abril, o governo reduziu o IPI dos eletrodomésticos. No caso da geladeira, a alíquota foi de 15% para 5%; os fogões tiveram a alíquota de 5% zerada; nas máquinas de lavar o imposto caiu de 20% para 10%, e os tanquinhos também tiveram a alíquota de 10% reduzida a zero.

 

A medida foi uma tentativa de dar fôlego a um setor que vinha sofrendo com a crise econômica mundial. De acordo com dados da Fecomércio, as vendas de eletrodomésticos foram as mais prejudicadas no mês de abril: baixa de 17,8% em relação ao mesmo mês de 2008.

 

“A redução do IPI parece ter surtido efeito porque os fabricantes e os varejistas repassaram o desconto para os preços, ainda que não integralmente”, afirma Cornélia Porto, coordenadora do ICV do Dieese, ressaltando que os preços dos eletrodomésticos já vinham registrando pequenas quedas desde março. “Mas foi agora em maio que as ofertas realmente ficaram melhores.”

 

Com as promoções - o Jornal da Tarde já havia mostrado em reportagens que, na prática, há produtos da linha branca com até 40% de desconto - , o consumidor aproveitou. Dados preliminares do mês de maio mostram uma evolução nas vendas de eletrodomésticos igual ou acima dos patamares pré-crise.

 

Para o presidente da Whirlpool (que controla as marcas Brastemp e Consul), José Drummond Júnior, as vendas em maio devem ter ficado entre 15% e 20% acima das de igual período de 2008.

 

IPI menor é temporário

 

No caso dos produtos da linha branca, a redução do IPI acaba em julho. Já a desoneração dos automóveis, que reduziu de 7% para zero o IPI dos carros novos, termina antes: no fim de junho.

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o governo não tem intenção de estender a redução do IPI para carros. “(A prorrogação) termina este mês. Se você está pensando em comprar um automóvel, aproveite que os preços ainda estarão reduzidos”, disse Mantega.“À medida em que a economia demonstra que está caminhando com suas próprias pernas poderemos tirar esses estímulos.”

 

Veículo: Jornal da Tarde


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