Adriana Chiarini
Da Agência Estado
O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), referente às despesas de consumo das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos (de R$ 415 a R$ 1.037,50), se desacelerou da alta de 0,73% verificada em abril para alta de 0,69% em maio, informou na sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com o resultado, até maio o indicador acumula alta de 2,84% em 2009 e de 5,55% nos últimos 12 meses. Segundo a FGV, a desaceleração do IPC-C1 na passagem de abril para maio deve-se à menor taxa de inflação, ou início de deflação, dos grupos Alimentação (de 0,85% para -0,08%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,40% para -0,02%) e Saúde e Cuidados Pessoas (de 1,53% para 1,17%).
Já os grupos que tiveram aumento do ritmo de inflação no mês passado em relação ao mês anterior foram Habitação (de 0,27% para 1,27%); Vestuário (de 0,39% para 0,78%) e Despesas Diversas (de 4,67% para 7,15%). O grupo de Transportes ficou estável em maio, ante variação de -0,01% em abril.
Com base no comportamento dos preços no atacado de alimentos, o economista da Fundação Getúlio Vargas, André Braz, disse ter expectativa de queda de preços ou, pelo menos, de recuo da inflação no varejo do grupo Alimentação. Ele citou os produtos arroz, feijão, pão francês, óleo de soja, carne bovina e aves e ovos.
Braz observou que o trigo, por exemplo, em baixa no atacado no mês passado, influencia itens como macarrão e biscoito, além do pão. "No grupo de alimentos, tem muito mais mocinhos que vilões", disse o economista.
VILÃO. O grande vilão é o leite. De janeiro a maio deste ano, o leite longa vida subiu 20,20%, a maior alta para o período desde 1996, quando foi de 21,39%, pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), chamado na FGV de IPC-Brasil. Só em maio, a alta foi de 10,36%.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ