A taxa de desemprego da Região Metropolitana de São Paulo apresentou recuo para 14,2% em junho, ante os 14,8% observados em maio, após cinco meses consecutivos sem que fossem observadas retrações. Os dados foram divulgados ontem, em São Paulo, pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em junho de 2008, o índice foi de 13,9%.
O supervisor técnico da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese, Sérgio Mendonça, explicou que, no caso específico do comércio, na Região Metropolitana de São Paulo, o resultado foi positivo em junho – aumento de 5,7% ante maio – (veja tabela), em função do processo de ajuste pelo qual o setor está passando, já que no início do ano os estabelecimentos comerciais começaram a ajustar o número de vagas às suas necessidades, após a criação de postos temporários para o período de festas de Natal e Ano Novo.
No começo do ano, a expectativa, disse Mendonça, era de que a crise mundial continuaria a se refletir significativamente no Brasil e, com isso, o comércio aumentou as demissões e, agora, está se reestruturando no sentido contrário. "São Paulo foi a região que apresentou a maior contratação no comércio em junho, e isso ajudou a puxar o índice nas outras regiões", acrescentou.
Segundo Mendonça, ainda há espaço para o crescimento na criação de postos de trabalho nos próximos meses se o quadro geral da economia continuar melhorando e se apresentar resultados semelhantes aos atuais.
Em relação aos rendimentos médios dos ocupados e assalariados, foi observada diminuição real de 2,1% e 1,9%, respectivamente, entre abril e maio deste ano, quando passaram a valer R$ 1.230 e R$ 1.289. Houve muita substituição de mão de obra, o que fez com que muitas pessoas iniciassem novas atividades, com salários menores.
Regiões – Os dois institutos também divulgaram a pesquisa referente às seis regiões metropolitanas estudadas mensalmente, ou seja, Belo Horizonte, São Paulo, Distrito Federal, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em junho, houve retração de 15,3% para 14,8%. O total de trabalhadores desempregados foi de 2,984 milhões, com retração de 112 mil ante maio.
O nível de ocupação variou de acordo com a região estudada. E houve registros de aumentos em Recife (1,3%), Distrito Federal (0,7%), Salvador e Porto Alegre (0,5%). A variação foi pouco significativa em São Paulo (0,3%) e Belo Horizonte não apresentou alteração.
Dividido por atividades, o desempenho em junho deste ano foi positivo ante o mês anterior no comércio (3% ou 80 mil vagas), nos serviços (0,2% ou 22 mil postos de trabalho) e negativo na indústria (-0,1%).
Na avaliação de Mendonça, o mercado de trabalho não foi exatamente "pujante" no primeiro semestre de 2009, "mas não está tão ruim assim se for levada em conta a situação internacional". Segundo ele, os serviços e a construção civil são os destaques positivos e se o comportamento desses dois setores não se alterar no curto prazo, o mercado como um todo será beneficiado.
Veículo: Diário do Comércio - SP