Cresce procura por álcool gel

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Produto é utilizado para higienização das mãos e indicado no combate à gripe A

 

A divulgação de novos casos e mortes pelo vírus da gripe A (H1N1), ou gripe suína, tem provocado uma corrida a farmácias de Londrina em busca do álcool gel. A utilização do produto na higienização das mãos é apontada como medida eficaz na prevenção da doença. Em grandes redes da cidade o estoque do produto acabou em uma semana. As farmácias que não trabalham com o álcool gel, porque antes o produto vendia pouco, já constataram uma mudança no comportamento dos clientes.

 

Rubens Augusto, diretor comercial da Rede Vale Verde, com 15 lojas em Londrina, confirma que o álcool gel era pouco procurado. “Tínhamos um estoque com 6 a 12 unidades, que não acabava. Mensalmente repúnhamos a quantidade que tinha saído”, explica. Com os casos de suspeita de gripe A, ele afirma que em uma semana o estoque ficou vazio. “Vendemos em uma semana o que não vendíamos em um mês. Já falamos com o fabricante e estamos comprando mais unidades”, antecipou.

 

Outra grande rede de farmácia também ficou sem o produto na última semana. “A procura aumentou significativamente. Não temos exatamente a quantidade, mas chegamos a ficar sem o produto”, disse o gerente da unidade 24 horas da Farmácia Nissei em Londrina, Flávio Ferreira. A assessoria de imprensa do mesmo grupo, em Curitiba, revelou que em toda a rede o aumento foi de 30% nos primeiros 20 dias de julho, em relação ao mês de junho.

 

Hilda Sakashita, farmacêutica da Drogamais, disse que se surpreendeu com a procura pelo produto. “Na última semana aumentou bastante a demanda, a prateleira ficou vazia.”

 

Com saída

 

Em diversas farmácias procuradas pela reportagem do JL, a informação era de que, antes da gripe suína, o álcool gel não tinha saída. Em uma delas, o funcionário afirmou que há algum tempo chegou a jogar fora uma caixa do produto vencido, mas nos últimos dias já recebeu clientes procurando pelo álcool gel. Na Farmácia Central, o funcionário Moisés Souza afirmou que o estabelecimento teve de alterar a estratégia e passar a oferecer o produto. “Não tinha procura, mas agora isso mudou. Só hoje [ontem de manhã] duas pessoas vieram procurar.”

 

Em entrevista ao JL, a coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário de Londrina (HU), Cláudia Carrilho, e o dermatologista Airton Gon tiram algumas dúvidas sobre a utilização do álcool na prevenção da gripe A (H1N1). Segundo eles, os álcool é eficiente, mas não dispensa a água e o sabão. Abaixo, trechos da entrevista.

 

JL – Apenas o álcool gel é eficiente na prevenção?

 

Claudia Carrilho – Deve ser utilizado o álcool 70% tanto na sua apresentação líquida quanto gel. Este produto é um antisséptico usado para higienização das mãos em hospitais, clínicas e ambientes de saúde. Ele é eficiente para matar vírus e outros microorganismos. O álcool inferior a 70% não tem o mesmo efeito.

 

O álcool pode substituir a lavagem de mão?

 

Claudia Carrilho – Se as mãos estiverem sujas [com catarro, sangue], não. Deve-se primeiro lavar as mãos e depois utilizar o álcool. A sua utilização é recomendada por ser fácil de levar na bolsa, no carro e na ausência de uma pia para lavar as mãos é bastante eficaz.

 

Em quais situações é importante a higienização das mãos?

 

Claudia Carrilho – Como uma das formas de transmissão deste vírus é pelo contato com as mãos levadas à face, é importante mantê-las sempre higienizadas porque não temos como saber quem está doente ou não. Mas, principalmente em ambientes hospitalares, postos de saúde, clínicas médicas e em lugares de aglomeração .

 

A utilização do álcool pode provocar algum problema para a pele?

 

Claudia Carrilho – O álcool 90% não é recomendado porque pode provocar irritação na pele.

 

Airton Gon – O ideal é utilizar o álcool gel encontrado em hospitais, clínicas médicas. Ele tem hidrante e outros elementos em sua composição, que o tornam específico para a pele. O álcool gel para limpeza, encontrado nos supermercados, pode provocar irritações e dermatites.

 

Veículo: Jornal de Londrina


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