Setor comemora produção estável de celulose no semestre

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A Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) divulgou ontem o balanço consolidado do setor no primeiro semestre de 2009. Os números da produção de celulose no período, em comparação ao ano passado, mostram uma leve queda de 0,3%, enquanto que as receitas da commodity recuaram 17% na mesma base de comparação. Em relação a maio, a produção brasileira caiu 3% em junho.

 

De acordo com a presidente da entidade, Elizabeth de Carvalhaes, a redução acentuada da receita se deve principalmente à queda do preço da celulose no mercado internacional, que após atingir seu pico histórico em agosto (US$ 839 por tonelada) do ano passado com base na tabela Europa baixou para cerca de US$ 460 em decorrência da crise mundial. O piso foi de US$ 360 por tonelada para venda à China. "Os preços estão sendo retomados, hoje está em cerca de US$ 526 na tabela Europa", comemora a executiva. "Porém, aquele mundo onde o preço atingiu o pico não existe mais e não voltará, os preços estão se realinhando em um novo patamar", completou ela.

 

Essa recuperação dos preços está sendo levada principalmente pela alta da demanda chinesa por celulose. Entre as notícias que Carvalhaes destacou está a possibilidade de sustentabilidade dessa retomada das compras do país oriental. Ela citou que já existe projeto para que três grandes máquinas de papel sejam instaladas por lá para concorrer no mercado global e que, para isso, a China precisará de celulose de boa qualidade e de preço competitivo, fatores encontrados no produto fabricado no Brasil.

 

Conforme o DCI adiantou em sua edição de 16 de julho, a China foi a responsável pela demanda da celulose brasileira nos primeiros seis meses do ano. De acordo com a Bracelpa, as exportações para aquele país aumentaram 118% de janeiro a junho. Com isso, explicou a presidente da Bracelpa, os estoques caíram a aproximadamente 29 dias de produção.

 

Para o segundo semestre do ano a perspectiva da Bracelpa é de cuidado e conservadorismo, por essa razão. Carvalhaes explicou que o setor busca manter o volume de produção do ano passado e vê essa meta como uma situação confortável em comparação com os principais concorrentes, que fecharam fábricas em todo o mundo no ano passado e neste ano que, somadas as capacidades, chegam a 10 milhões de toneladas a menos de celulose no mercado. Quanto à receita, a associação diz que o resultado será menor e que não há como recuperar os 17% de queda do primeiro semestre no restante do ano.

 

O setor de papel e celulose comemorou ontem o balanço do primeiro semestre, apesar dos dados negativos: a produção de celulose caiu 0,3%, enquanto as receitas recuaram 17%.

 

Veículo: Valor Econômico


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