O Pão de Açúcar deve apresentar em 60 dias o plano de negócios para o Ponto Frio, informou ontem a direção do grupo, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do segundo trimestre. De acordo com o presidente do conselho de administração do grupo, Abilio Diniz, decorridos dois meses do anúncio da compra, a companhia está satisfeita. "A compra do Ponto Frio nos parece um grande negócio", afirmou.
Os resultados do Ponto Frio passam a ser consolidados já no terceiro trimestre. Quando anunciou a aquisição, em 8 de junho, o grupo estimava em R$ 500 milhões, a valor presente, as sinergias com o negócio. O Pão de Açúcar avaliou ainda que a sobreposição de lojas seria mínima - a rede Ponto Frio tem 455 lojas em 10 Estados do país, com faturamento bruto anual de R$ 4,8 bilhões.
Ainda na seara das aquisições, o Pão de Açúcar deverá capturar sinergias maiores a partir da compra de participação remanescente no Assai, que atua no segmento de "atacarejo", de acordo com o vice-presidente executivo do grupo, Enéas Pestana. O grupo já detinha 60% do negócio e informou a compra dos 40% restantes no início de julho.
Segundo Pestana, ao aplicar integralmente a gestão Pão de Açúcar à operação, o grupo poderá gerar sinergias na área administrativa, de compras e expansão e de logística. "Esperamos redução significativa nas despesas do Assai, com impacto leve nos resultados consolidados do grupo", disse.
O Pão de Açúcar registrou lucro líquido de R$ 131,7 milhões no segundo trimestre, resultado 154,9% superior ao lucro de R$ 51,7 milhões de reais um ano antes. Contribuíram para essa expansão, segundo Pestana, o forte desempenho operacional e a melhora na linha financeira.
No intervalo, as despesas operacionais, incluindo com vendas e gerais e administrativas, representaram 18,4% das vendas líquidas, abaixo dos 19,1% um ano antes. A ocorrência da Páscoa no segundo trimestre deste ano, segundo a companhia, elevou as despesas operacionais em 14,2%, para R$ 922,3 milhões.
Conforme Pestana, o grupo manterá os esforços de controle de despesas no segundo semestre, período em que poderá ter economias maiores, puxadas principalmente pela rede Assai. O grupo, segundo o executivo, tem plano de expansão "mais focado" no modelo atacarejo e deve encerrar 2009 com 97 lojas inauguradas.
Veículo: Valor Econômico