Com nova versão do PS3, Sony tenta recuperar espaço

Leia em 4min 20s

Os consoles de videogame da Sony sofreram uma melancólica perda de popularidade. Na rodada anterior da guerra dos aparelhos de jogos eletrônicos, o PlayStation2, da Sony, irrompeu no mercado e vendeu, até hoje, 138 milhões de unidades, frente aos 24 milhões do Xbox, da Microsoft, e aos 22 milhões do GameCube, da Nintendo.

 

O PlayStation3 (PS3), com funções avançadas e alto preço, no entanto, encontrou dificuldades diante do concorrentes. Vendeu 24 milhões de unidades, abaixo dos cerca de 30 milhões do Xbox 360 e dos mais de 50 milhões do Wii.

 

Analistas expressaram ceticismo de que a nova versão "Slim" do PS3, anunciada na terça-feira, possa recolocar a Sony no topo. O "Slim" (fino ou magro, em inglês) tem cor de carvão, é cerca de 30% menor e, o mais importante, sairá com preço 25% menor que a versão original do PS3 - já apelidada de "PS3 Gordo" nos sites de bate-papo dos adeptos de jogos eletrônicos. No fim das contas, acredita-se que a decisão tenha sido tomada em nome das grandes redes varejistas de produtos eletrônicos dos Estados Unidos, que se preparam para a temporada de vendas de fim de ano.

 

Andrew House, chefe da Sony Computer Entertainment Europe, negou que o corte de preço do PS3 seja uma reação às baixas vendas. "Estamos cientes de que os consumidores estão vigiando seus euros e libras com mais cuidado que antes e que isso pode tornar a redução de preço potencialmente ainda mais impactante. Mas não seria justo dizer que essa é uma reação às atuais condições do mercado", afirmou.

 

O corte de preço e o novo formato receberam, de modo geral, uma resposta calorosa dos fãs de videogames do blog Kotaku. "Analisando o que se consegue agora com o PS3, é o melhor negócio entre todos os sistemas", afirmou um blogueiro, referindo-se ao reprodutor Blu-ray e à conexão WiFi do aparelho da Sony.

 

Acredita-se que a empresa tenha demorado tanto para reduzir o preço do PS3 devido ao altíssimo custo de produção do aparelho, que inclui um processador de alta potência, o "Cell", e um reprodutor de discos Blu-ray. A Sony perde dinheiro com os aparelhos no início de cada ciclo de novos consoles, mas recupera-se posteriormente com a queda dos custos de produção e sua capacidade para vender software com altas margens de lucro para os clientes. Esse equilíbrio ficaria mais complicado caso a empresa tivesse reduzido antes o preço do PS3.

 

O momento do anúncio da diminuição de preço, contudo, chega pouco depois de a Sony ter informado que sua divisão de jogos eletrônicos havia obtido rentabilidade em termos de margem de lucro bruto.

 

Analistas dizem ainda não ter certeza até que ponto o "Slim" poderá impulsionar a Sony. "Não creio que seja uma jogada matadora da Sony, porque todos os outros reagirão com cortes de preço da mesma forma. Mas ajudará", afirmou o analista Freddie George, do banco de investimento Seymour Pierce.

 

A Sony também revelou uma série de funções on-line, incluindo o lançamento de seu serviço de download de vídeo na internet; a conexão com plataformas de televisão digital, como o BBC iPlayer; e a divulgação de conteúdo no Home, seu mundo virtual de jogos eletrônicos.

 

Esses lançamentos foram elaborados para deixar a plataforma do PS3 mais atraente para os usuários. A companhia concorre com a Microsoft, que anunciou planos de conexão ao site de relacionamento social Facebook, a partir de seu serviço on-line do Xbox.

 

"Esses anúncios indicam que há uma grande corrida armamentista entre a Sony e a Microsoft para desenvolver esses serviços da forma mais rápida e proveitosa possível", disse o analista Ed Barton, da empresa de análise de mídia Screen Digest.

 

"Companhias imensas estão usando as mídias digitais para aumentar o valor de suas plataformas de equipamentos. Essas coisas, como as listas de amigos de jogadores de videogame, são mais significativas do que as pessoas acreditavam até agora", disse Barton. "Esse é o tipo de gancho que vai assegurar que as pessoas comprem um console da Microsoft durante a próxima transição."

 

House, da Sony, afirmou que empresa tem planos de lançar mais funções ligadas a redes sociais e não descarta uma aliança com sites populares como o Facebook. Para ele, as redes on-line tornaram-se cruciais para o setor.

 

"A meta é passar do tradicional ciclo de vida curta, um característica dos brinquedos, para um ciclo de vida mais longo, semelhante ao dos bens eletrônicos de consumo. A rede nos permite dar aos consumidores uma percepção mais clara de valor e oferecer melhorias contínuas", disse o executivo.

 

Fazer o possível para estender a duração do atual ciclo de consoles está dentro dos melhores interesses da Sony. Muitos analistas acreditam que, no longo prazo, os consumidores serão atraídos pelo poder de processamento superior e pelas funções do PS3.
 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Abrafarma x Anvisa

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa as 25 maiores...

Veja mais
Axxon compra Mundo Verde e planeja uma rede global

A rede de franquias de produtos naturais Mundo Verde vendeu 100% do capital para o fundo de private equity Axxon Group. ...

Veja mais
Grupo SS confirma lojas apesar de liminar

Na véspera da abrir 12 lojas do Baú Crediário no Paraná, o diretor de varejo e vendas do Gru...

Veja mais
Confirmado processo contra os EUA no suco

O Brasil formaliza hoje na Organização Mundial do Comércio (OMC) o pedido de abertura de "painel" p...

Veja mais
Sobretaxa para tênis chinês divide indústria

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decide, na próxima semana, se o Brasil aplicará sobreta...

Veja mais
Standard e ALL fecham mais uma parceria para terminal

Especializada em serviços voltados a cargas frigorificadas, a Standard Logística fechou mais uma parceria ...

Veja mais
Os novos aliados da higiene

O álcool gel higienizador de mãos entrou na preferência do consumo nacional, há exatamente 15...

Veja mais
Resolução da Anvisa altera regras de comercialização em farmácias e drogarias

Por Roberto Carlessi A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou dia 18, em Bras&ia...

Veja mais
O atacado não tem do que reclamar

O setor atacadista de distribuição, responsável pelo abastecimento de 53,3% do canal alimentar no P...

Veja mais