Para explorar de maneira mais eficiente as grandes áreas ociosas dos hipermercados, o Carrefour Brasil firmou parceria com Inovação Cinemas para a construção de complexos exibidores dirigidos à classe C e que nos próximos sete anos deverão somar 200 salas em todo o País, com aporte aproximado de R$ 200 milhões, sendo uma parcela proveniente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A expectativa dos sócios é que a primeira sala esteja em funcionamento em janeiro de 2010 no Rio de Janeiro para aproveitar o período de férias. Uma equipe de engenheiros já está na unidade carioca do Sulacap desenvolvendo os primeiros detalhes da obra. Em abril, será a vez de São Paulo receber estrutura semelhante, a ser instalada no Bairro do Limão.
Thierry Perrone, sócio da Inovação Cinemas juntamente com o empresário Adhemar Oliveira, conta que cada unidade terá entre seis e oito salas de cinema, totalizando 1,4 mil lugares. "O contrato de locação será diferenciado daqueles realizados com shopping centers e o Carrefour terá uma participação na venda dos ingressos", explica. Oliveira é responsável pela administração de 77 salas de cinema e tem participação no Cinema Arteplex e no Circuito Cinearte.
O executivo não detalha as condições do contrato estabelecido com a supermercadista dirigida por Jean Marc Pueyo, mas lista o prazo longo de financiamento e as taxas baixas de juros cobradas pelo BNDES como fatores preponderantes para que a operação seja vantajosa. "Os materiais empregados na obra serão mais simples e a arquitetura, diferenciada. Os custos serão até 20% menores em relação aos do Cinemark."
Os critérios para a instalação das salas de projeção são pontos-de-venda que precisem de incremento no fluxo de consumidores, tenham espaço ocioso e não possuam centros de compras nas proximidades. Perrone destaca que a oferta do serviço vai diferenciar a rede da concorrência.
Potencial
A ideia para a instalação de salas de cinema é antiga na rede: nasceu em 2004, depois de conversa de Perrone com um diretor executivo da multinacional. O sócio da Inovação pontua que naquela época a classe C já estava em ascensão, mas diz que agora o poder de compra dessa fatia da população está forte.
Em 2006, a antiga agência de publicidade do Carrefour, a Almap/BBDO, foi a campo pesquisar a viabilidade do projeto entrevistando 400 clientes de 20 hipermercados. "Descobrimos que as pessoas não frequentavam o cinema por causa do preço, da localização e do tempo: foi a confirmação do nosso planejamento estratégico", lembrou o investidor que também é dono da Investimage.
Por enquanto, mais oito unidades estão mapeadas para Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES) e São Paulo (SP) para a construção de complexos exibidores. Se tudo acontecer conforme o programado e a iniciativa for bem-sucedida, ocorrerá no mínimo a inauguração de quatro complexos anuais. Além dos 114 hipermercados existentes, as expansões futuras do Carrefour também vão garantir fôlego extra ao projeto.
Operação
De acordo com Perrone, as salas terão formato stadium, projetores de 35 milímetros de última geração, projeção digital (via Rain) e qualidade de programação, com a mesma qualidade oferecida pelas salas de cinema concorrentes. "Queremos democratizar o acesso ao cinema e contribuir para o enriquecimento cultural dos moradores dos bairros onde as salas serão instaladas."
Por enquanto, não foi criado um nome para a nova rede de cinemas, mais a marca Carrefour deverá estar presente, assim como as de possíveis empresas patrocinadoras. Os investidores garantem que os preços serão bons e o estacionamento, gratuito.
O sócio da Inovação Cinemas também será responsável pela operação do complexo do Bourbon Shopping Novo Hamburgo, pertencente ao Grupo Záffari, detentor de supermercados e shoppings no sul e em São Paulo.
Na tendência de aproveitar melhor os espaços, o Grupo Pão de Açúcar inaugurou em 2008 um powercenter, com a abertura de um atacarejo Assai dentro de uma loja da bandeira Extra.
O Carrefour decidiu inovar e escolheu o cinema como nova arma para atrair compradores a seus hipermercados. O grupo vai aproveitar áreas ociosas de suas unidades para construir 200 salas de cinema em parceria com a Inovação Cinemas, uma sociedade dos empresários Thierry Perrone e Adhemar Oliveira que administra 77 salas no País, em diversos estados. O projeto é orçado em R$ 200 milhões, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A rede varejista não fará aportes na construção.
Para levar os consumidores da classe C ao cinema, as salas serão instaladas em bairros sem shopping centers e com poucas opções de lazer. O primeiro conjunto tem inauguração prevista para janeiro de 2010, na cidade do Rio de Janeiro, para aproveitar o período de férias. Em abril, será a vez de a loja paulista no Bairro do Limão receber um complexo de cinemas com 1,4 mil lugares.
De acordo com Thierry Perrone, da Inovação, estão mapeadas oito unidades com potencial para receber as salas que serão erguidas em Brasília, Belo Horizonte , Vitória e São Paulo. "O aumento do poder aquisitivo na classe C acelerou o projeto, que estava parado havia um ano", afirmou. Ele não detalha o contrato com o Carrefour, presidido por Jean-Marc Pueyo, mas afirma que o financiamento de longo prazo e a baixa taxa de juros do BNDES contribuirão para o sucesso da operação e para o preço acessível dos ingressos.
Veículo: DCI