O Brasil terá que importar cerca de 3 milhões de toneladas de trigo de países de fora do Mercosul no ano que vem, devido a safras menores no País e na Argentina. O volume, se confirmado, representaria um aumento expressivo na comparação com as compras fora do bloco comercial já feitas este ano.
Segundo o Ministério da Agricultura, o País importou de janeiro a setembro menos de 400 mil toneladas dos Estados Unidos e Canadá, países que costumam fornecer o produto aos brasileiros quando há uma oferta menor na Argentina, responsável pela maior parte das vendas aos moinhos nacionais.
"Que a gente consiga importar 2 milhões de toneladas da Argentina. Mais 5 milhões de toneladas da produção no Brasil, são 7 milhões. Vai ter que comprar 3 milhões em outro lugar", afirmou o presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Luiz Martins.
O Brasil tem contado ainda ultimamente com o produto do Uruguai e do Paraguai, mas este último também foi afetado por chuvas excessivas, assim como a safra do Paraná, principal estado produtor brasileiro. "Esqueça o Paraguai, teve o mesmo problema que o Paraná. Se tiver 200 mil toneladas para exportar, é muito", disse o presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih.
O empresário, que assim como Martins considera ainda difícil estimar um volume exato de perdas pelas chuvas no Paraná, destacou que a qualidade do produto paranaense está ruim. "Pelas análises, até agora não conseguimos identificar quase nada de trigo adequado para pão ou para massa", disse Pih.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ