Pesquisa mostra que redes têm o melhor resultado em dez anos
A crise de crédito ainda não afetou as vendas de produtos básicos, como alimentos e artigos de higiene e limpeza, normalmente comprados à vista, revelam duas pesquisas divulgadas ontem, uma pelo lado dos supermercados e outra pelo lado do consumidor.
Em outubro, as vendas reais dos supermercados brasileiros cresceram 11,48% em relação ao mesmo mês de 2007. Com isso, já acumulam neste ano elevação de 9,19%, a maior taxa real de crescimento registrada de janeiro a outubro em dez anos, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Pesquisa da LatinPanel mostra que as quantidades compradas de uma cesta composta de 75 categorias de produtos, entre alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza, cresceram 2% entre julho e setembro na comparação com o mesmo período de 2007. A empresa pesquisa semanalmente o consumo de 8,2 mil domicílios.
“A crise não afetou o consumo de básicos porque o emprego está mantido. Essa situação deve prevalecer neste trimestre ”, afirma a gerente de Marketing da LatinPanel, Patrícia Berti Menezes. Ela observa que houve uma recuperação dos volumes vendidos no terceiro trimestre, depois da disparada dos preços, especialmente dos alimentos, no segundo trimestre, que provocou retração de 5% nos volumes em relação ao mesmo período de 2007. Mas, no acumulado de janeiro a setembro, as quantidades vendidas da cesta de produtos básicos ficou estável ante 2007.
“O resultado de outubro surpreendeu. Achávamos que, a partir da segunda quinzena do mês haveria algum impacto da crise”, afirma o presidente da Abras, Sussumu Honda. Além do maior número de dias úteis em relação a setembro e o efeito do Dia da s Crianças, ele atribui o bom desempenho dos negócios em outubro ao fato de as vendas dos supermercados não serem sensíveis ao crédito, mas sim à renda. Com o aumento da renda e do emprego, o rendimento dos domicílios brasileiros cresceu em outubro 7,9% na comparação com outubro de 2007, apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Somos os últimos a entrar e a sair da festa”, brinca Honda.
A maior preocupação dos empresários do setor é com o primeiro trimestre de 2009, quando o emprego e, por tabela, a massa de rendimentos do trabalhador poderá ser afetada com a redução do nível de emprego.
NATAL
Para o Natal, os supermercados ainda estão otimistas em razão da manutenção do emprego. Pesquisa feita com 500 empresários do setor indica que 71% das companhias aumentaram as compras da indústria para dezembro, 25% delas mantiveram e apenas 4% reduziram os pedidos.
Quanto aos preços dos produtos sazonais, como panetones, frutas secas nacionais, peixes e aves, Honda diz que eles estarão neste Natal entre 5% e 7% acima dos registrados em 2007.
Veículo: O Estado de S.Paulo