Dois meses antes do prazo limite acordado, o grupo francês C asino informou que irá exercer o direito de nomear o presidente do conselho de administração da Wilkes Participações S.A., holding que controla o Grupo Pão de Açúca r. Esse era um movimento esperado pelo mercado e reforça a posição do Casino, que não abre mão do direito de controlar o GPA - como já deixou claro no ano passado o executivo Jean-Charles Naouri, presidente da cadeia francesa.
Pelo acordo de acionistas assinado em 2006 entre o sócio Abilio Diniz e a companhia, a rede francesa poderia se posicionar sobre o assunto até o dia 22 de maio - um mês antes de assumir o controle do GPA.
No dia 22 de junho, a rede estrangeira se torna acionista controladora do GPA, como determina o acordo de Wilkes, assinado quando a sociedade entre as partes foi fechada. Segundo nota do Casino apresentada ontem, foi enviada uma notificação para Diniz informando o empresário que o direito será exercido.
"Tal decisão demonstra mais uma vez o compromisso de longo prazo do Casino com o Brasil e a sua plena confiança no futuro brilhante do GPA e em seu extraordinário time de executivos", ressalta a nota. Abilio Diniz se mantém na posição de presidente do conselho de administração do GPA.
Em 2011, Diniz e Naouri protagonizaram embates públicos depois que tomou-se conhecimento da intenção de Diniz de unir o GPA ao Carrefour. Naouri era contra a fusão e disse que a rede defenderia o seu direito de controlar o GPA de qualquer maneira. Diniz defendia o negócio com o Carrefour.
Logo após o posicionamento do sócio, Diniz informou, também em nota ao mercado, que "a notificação não muda o fato de que o direito do Casino exercer o controle, previsto pelo acordo de acionistas, se inicia em 22 de junho".
A partir de agora, uma reunião do conselho de Wilkes precisa ser agendada para que possa ser definido pelo Casino o ocupante do cargo. Pelo acordo de acionistas, a reunião tem que acontecer até o dia 21 de junho, e o anúncio ao mercado da data da reunião acontecerá sete dias antes do encontro. Diniz e o Casino tem 50%, cada um, do controle da holding criada pelos sócios.
Veículo: Valor Econômico