As grandes redes de varejo alimentar devem registrar um aumento real nas vendas na faixa de 3% a 6% neste ano no país. Dados divulgados ontem pelo Carrefour, assim como indicadores do setor apontam nessa direção.
Num setor pouco suscetível a grandes variações na demanda, o desempenho não é desprezível. Redes de médio e pequeno portes devem ter melhores resultados pois elas (muitas ainda informais) têm abastecido as classes C e D.
Segundo dados publicados ontem pelo grupo francês Carrefour, as vendas da rede no Brasil cresceram 7,4% de abril a junho. No primeiro semestre, a expansão foi de 7,7% (ao se excluir postos de gasolina, cai para 6,7%). Ao se considerar a variação do IPCA (índice oficial da inflação) de quase 5% para 2012 (nos últimos 12 meses, o IPCA teve alta acumulada de 4,92%), o aumento real fica em 2,7%.
O Atacadão, com 85 lojas é o responsável pelo crescimento do grupo francês no Brasil - o Carrefour Hipermercados soma 103 pontos, apenas 18 a mais que o Atacadão. A atacadista "continua em crescimento, apesar da forte expansão do segundo trimestre de 2011", informou o Carrefour ontem.
É possível trabalhar com um aumento de vendas em torno de 7% para o ano no Brasil pois o Carrefour já informou ontem se sentir "confortável" com a possibilidade de que as vendas se mantenham no patamar do segundo trimestre.
O Grupo Pão de Açúcar, que vinha crescendo de um a dois pontos acima do Carrefour, publica seus números na segunda-feira. A projeção da empresa para o GPA Alimentar é de vendas a partir de R$ 31,5 bilhões em 2012 - valor considerado o "piso" para rede, e que comparado a 2011 aponta expansão nominal de 10,9% (e real de 5,9%). Dados de IBGE e Abras, que incluem pequenos varejistas, mostram taxas nessa faixa ou um pouco superiores. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE), supermercados e hipermercados acumulam alta de 15,2% (real de 10%) até maio e a Abras, de 6,8% em termos reais.
Veículo: Valor Econômico