Sustentabilidade e economia no centro da discussão

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O conceito de sustentabilidade, que engloba o respeito ao meio ambiente e o não desperdício de matérias-primas, está na base da mudança que o consumidor começa a ver para valer nesta semana na Capital. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que os sacos plásticos representam cerca de 1,3% de tudo o que é descartado pelos brasileiros. Especialistas apontam que impacto ambiental dos sacos de lixo é menor porque são produzidos, em sua maioria, com material reciclado, o que não ocorre com as sacolas plásticas, já que elas servem para transportar alimentos.

O Instituto Akatu Pelo Consumo Consciente acredita que, por serem descartáveis, as sacolas plásticas são incompatíveis com um futuro sustentável no longo prazo. Segundo Hélio Mattar, presidente da entidade, produzir sacolas diariamente, usando matérias-primas, água e energia para gerar um produto que será usado uma única vez e descartado com o lixo não faz sentido. Para ele, o fato de as sacolas plásticas serem descartáveis já pede o esforço da sociedade para identificar alternativas.

Um segundo ponto abordado por Mattar é o impacto ambiental não apenas do uso da sacola plástica, mas também de todo o processo de fabricação e descarte, envolvendo extração de matérias-primas, processamento, fabricação e transporte.

Reação

O veto às sacolas plásticas, no entanto, já vem provocando reações contrárias, principalmente por parte da indústria de embalagem flexível, que gera 30 mil empregos diretos no País e fatura entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão ao ano.

A Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) e a Plastivida defendem a implementação de campanhas de conscientização sobre o uso sustentável de sacolas plásticas em vez da não distribuição. Segundo eles, entre 2007 e 2010 o consumo de sacolas caiu 22% (de 17,9 bilhões para 14 bilhões de unidades) após campanhas promovidas por supermercados.

"A indústria não foi ouvida", reclama Miguel Bahiense, presidente da Plastivida. Para ele, a melhor solução seria a adoção de um selo de qualidade nas sacolas plásticas distribuídas nos supermercados. "Em 2008, começaram a encomendar sacolas cada vez mais finas. Mas ficou tão fina que perdeu a resistência. Com isso, o cliente precisava usar duas para não rasgar. O problema não é a sacola, é o desperdício causado por essa cadeia."

Lixo – Segundo a Plastivida, a venda de sacos de lixo vai aumentar. E com a alta das vendas deve vir a alta dos preços. O instituto afirma que os sacos de lixo em cidades que tentaram banir as sacolas plásticas, como Jundiaí, ficaram até 235% mais caros do que em outras cidades. Em Belo Horizonte, que aboliu as sacolas plásticas do comércio em abril de 2011, a venda de sacos de lixo cresceu 15%, conforme estimativa da Associação Mineira de Supermercados.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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