Nova febre na internet brasileira, portais de compras coletivas com desconto chegam a aproximadamente 400
Nova febre na internet brasileira, os sites de compra coletiva têm pouco mais de nove meses de operação no Brasil, mas devem movimentar R$ 500 milhões neste ano.
Com a lógica do "atacado virtual", em que as vendas são feitas com descontos de até 90% para grupos, esses portais já respondem por 4% do número de transações do comércio on-line no país.
"Em menos de um ano, os portais de compra coletiva já somam 2 milhões de transações, ante 50 milhões do varejo on-line, que tem 13 anos", diz Gastão Mattos, da consultoria GMattos.
Criado por três sócios com experiência em tecnologia nos Estados Unidos, o Peixe Urbano puxou a tendência a partir de março. Num sobrado em Botafogo, no Rio, os sócios se dividiam entre a infraestrutura de tecnologia e a construção de parcerias.
"Não foi fácil. A cada dez portas que eu batia para negociar descontos, nove recusavam", diz Julio Vasconcellos, um dos fundadores.
O modelo, aos poucos, conquistou os empresários, especialmente por não haver investimento inicial. A comissão é repassada sobre o total das vendas feitas -em geral, de 50% sobre a oferta.
"O empresário pode até gastar dinheiro, mas o retorno vem quando os consumidores voltam ao estabelecimento", diz Vasconcellos.
CRESCIMENTO
Não existem números precisos, mas se estima em 400 o número de sites do gênero do país, num ritmo de crescimento que remete à era inicial da internet. Quatro deles são os que já ganharam fôlego (Peixe Urbano, Clube Urbano, ClickOn e Imperdível).
O ClickOn tem hoje 150 funcionários. O Clube Urbano, versão local do americano Groupon, já conquistou mais de 3,5 milhões de usuários e fez de São Paulo seu terceiro maior mercado, atrás de Paris e de Londres.
O Imperdível descobriu na qualificação da audiência o seu grande filão.
"Nossas ofertas são voltadas para as classes A e B. É vantagem para o parceiro trabalhar conosco porque esse cliente que compra o serviço com desconto pode estar disposto a voltar e a pagar o preço cheio mesmo por um serviço que não é necessariamente barato", diz Paulo Veras, um dos sócios.
Outros portais criaram modelos atrelados à fidelidade, como o Mel na Boca, do Rio, que promete até 100% de desconto para quem convencer os amigos a comprar.
Para os especialistas, apesar do crescimento desenfreado em 2010, o ano que vem será de estabilidade.
"O cliente escolherá os sites com melhor estrutura, e os portais descobrirão que é preciso manter equipe robusta de venda para sustentar as promoções", diz Mattos
Veículo: Folha de S.Paulo