Brasil adapta tecnologia que turbina produção de etanol

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Processo desenvolvido para milho nos EUA está em teste no país e pode aumentar em até 8% a extração de álcool sem ampliar lavoura


Um sistema químico desenvolvido para melhorar a produtividade do milho nos EUA foi adaptado para a cana-de-açúcar brasileira e promete aumentar em até 8% a produção de etanol sem expandir as lavouras.

Segundo o presidente da Triton Chemicals, André Schenka, já há quatro usinas no Brasil com aplicação do produto e outras oito que estão avaliando resultados em laboratórios. Em alguns casos, o rendimento é 2% maior com o tratamento. Fatores como o clima e a qualidade da cana interferem no resultado.

Equipamentos desenvolvidos pela empresa aplicam um produto de origem alimentícia durante o processo de fermentação da cana. Nessa fase da produção do etanol, em que a levedura age no caldo, geralmente são introduzidos nutrientes e produtos para ajustar o pH do material.

O novo aditivo acelera o processo e, segundo os produtores, reduz a geração de vinhaça (resíduo final do processo) e a necessidade de aplicação de outros produtos.

"Os resultados já foram obtidos em campo e é possível aprimorar a aplicação continuamente em cada usina", disse Schenka. "Fizemos uma reengenharia para o sistema da cana, que em geral exige investimentos muito altos e menos eficazes."

A tecnologia utilizada foi patenteada nos EUA e a Triton obteve licença para adaptar o sistema à fermentação da cana, que tem fermentação diferente da do milho.

As pesquisas no Brasil foram feitas na região de Campinas (93 km de SP) e chegaram ao mercado este ano.

Para o gerente de projetos do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Oswaldo Godoy, os resultados podem estimular uma retomada do etanol, ainda que não sejam o único fator para isso. "Se comprovar esse aumento de produtividade será um passo importante para o setor, que já vem buscando melhorias na área de fermentação."

Segundo ele, a indústria canavieira tem sentido aumento nos custos da produção -por elevação do valor da terra e de insumos- e investido mais na produção de açúcar porque o etanol não está competitivo.

"Falta um programa brasileiro de estímulo do biocombustível a longo prazo. Mesmo se investimentos nos canaviais e usinas começarem hoje, só retomaremos a produção em quatro anos", disse Godoy, que cita a importância de alternativas para aumento de produtividade.

A ressalva sobre novos tratamentos, segundo ele, é sobre a dificuldade de comprovar a relação entre maior quantidade de etanol produzido e o produto inserido, já que há outros fatores que influenciam na fermentação.

O presidente da Triton diz que os levantamentos realizados compararam, ao mesmo tempo, todas as variáveis no caldo com e sem tratamento.



Veículo: Folha de S.Paulo


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