Varejo online tem briga acirrada

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Lançamento de sites ajudou o comércio eletrônico a registrar aumento das vendas.

 

A entrada do Wal-Mart e Casas Bahia, junto com o fortalecimento das operações do Ponto Frio, Extra e Magazine Luiza, aqueceram o mercado de vendas por meio da internet no primeiro semestre, levando o setor a registrar um crescimento de 25% no faturamento, segundo estimativa da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) e a e-bit, empresa de monitoramento de e-commerce.

 

A retomada das condições de financiamento, a queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca e a agressiva política de preços no ambiente virtual também ajudaram a elevar o resultado. Os números da área vem superando com larga margem os do varejo físico, setor que até maio cresceu 10,3% (último dado disponível).

 

O desempenho das vendas na internet de janeiro a junho superou projeções iniciais das empresas de monitoramento que esperavam um faturamento bruto de R$ 4,5 bilhões (alta de 20%) mas já admitem que esse valor poderá atingir, pelo menos, R$ 4,75 bilhões (25%). "A concorrência e o ingresso de novas empresas estimularam as vendas", destaca o diretor executivo camara-e.net, Gerson Rolim.

 

Segundo pesquisa da e-bit, a intenção dos consumidores em adquirir produtos na internet no terceiro trimestre é a maior para este período do ano desde 2006, quando o levantamento passou a ser realizado.

 

O diretor-geral da e-bit, Pedro Guasti, destaca que o aumento das vendas dos produtos da linha branca contemplados pela redução do IPI proporcionaram à categoria subir da quinta para a terceira colocação no número de pedidos por meio da internet, desde que a medida entrou em vigor no mês de abril.

 

Com o acirramento da concorrência, o setor deverá registrar ainda a maior desconcentração do canal para um primeiro semestre desde a criação da B2W Global – com a fusão das operações da Americanas.com e Submarino, no final de 2006. A participação de mercado da B2W, que variou entre 56% e 54% nos primeiros semestres de 2006 a 2008, deverá encerrar o primeiro semestre deste ano na casa dos 45%.

 

Segundo o balanço da B2W, a receita bruta da controladora de janeiro a março atingiu
R$ 1,042 bilhão, enquanto que a estimativa da Socopa Corretora para o segundo trimestre deste indicador é de que fique entre R$ 1,110 bilhão e R$ 1,130 bilhão, o que levaria a empresa a registrar um faturamento bruto de  R$ 2,160 bilhões no primeiro semestre.

 

A velocidade do aumento da concorrência ocorre em razão do perfil das novas empresas, voltadas para a  venda de produtos de maior valor agregado, com margens maiores. "Os novos revendedores  são mais agressivos em termos de preços, principalmente na venda de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que são os produtos com maior tíquete médio", destaca o diretor executivo da e-bit, Pedro Guasti.

 

Segundo uma fonte do mercado, que preferiu não ser identificada, a B2W conta em seu portfólio com aproximadamente 200 mil itens, enquanto que as empresas mais novas no negócio operam com um número menor, que varia de 5 mil a 10 mil produtos. Dessa forma, Wal-Mart, Casas Bahia, Ponto Frio, Extra e Magazine Luiza acabam retirando fatia de mercado da B2W justamente nos produtos que geram maior receita para a empresa e ajudam a diluir os custos fixos da operação.

 

E a concorrência poderá se ampliar ainda este ano, diz a mesma fonte, com a entrada das operações do Carrefour na internet, A intenção dos executivos do Carrefour é entrar no mercado de forma estruturada, assim como fez o Wal-Mart em outubro do ano passado.

 

Além da estreia do Wal-Mart, em fevereiro deste ano a Casas Bahia – maior empresa de bens duráveis do Brasil – passou a operar na internet. No entanto, de acordo com a mesma fonte, a participação das vendas por meio da internet ainda não estaria "decolando" sobre o total comercializado da rede, pela identificação da marca ser mais forte entre as classes C e D, sendo que este canal é utilizado, principalmente, entre as classes A e B. "Por enquanto, a Casas Bahia sofre uma crise de identidade, já que seu público principal não é o habituado a comprar pela internet", diz a fonte, acrescentando, porém, que a veiculação das chamadas do endereço eletrônico da empresa na televisão poderá reverter a situação no médio prazo.
Conforme a fonte, o conflito de foco no público consumidor levou a Pernambucanas a encerrar neste mês suas operações na internet. A empresa passou a comercializar eletroeletrônicos e eletrodomésticos, para ganhar margem, porém as vendas não deslancharam.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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