Abras divulga os resultados de sua 13ª Pesquisa de Perdas, que apresenta vários atributos do tema prevenção de perdas no setoe e mostra pela primeira vez, os índices de perdas por diferentes seções de lojas (padarias, açougue etc)
Em 2012, as perdas nos supermercados brasileiros representaram 1,95% do faturamento do setor (equivalentes a aproximadamente R$ 4,74 bilhões), de acordo com a 13ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, pesquisa elaborada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) em parceria com o Grupo de Prevenção de Perdas do Programa de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA/Provar), o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e a Nielsen do Brasil.
A pesquisa, apresentada em evento especial sobre o tema na tarde do dia 14 de agosto, na sede da entidade, em São Paulo, reuniu mais de 300 participantes entre supermercadistas e fornecedores.
Realizada entre junho e julho de 2013, a pesquisa contou com a participação de 214 empresas supermercadistas, cujo faturamento somado atinge R$ 83,1 bilhões (equivalentes a 34% do setor) e verificou que o número de perdas apresentou uma pequena queda, se comparada com o Índice de Perdas de 2011, que registrou 1,96%.
Nesta edição, a pesquisa traz uma novidade em relação às dos anos anteriores: além do dado geral dos supermercados (perdas a preço de custo divididas pelo faturamento líquido), tradicionalmente apresentado, foram levantados também as perdas nas principais seções dos supermercados. "Com isso, foi possível observar que a área mais crítica em termos de perdas é a de FLV (frutas, legumes e verduras), que em 2012 registrou perdas de 4,22%. Outra seção com índice de perdas alto foi a de padaria, com 2,37% e açougue, com 2,24%", afirmou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. "Há ainda áreas menos importantes em termos de faturamento do setor, mas que apresentaram resultados expressivos de perdas, como as de perfumaria (1,49%) e bazar (1,42%)", complementou.
No ano passado, a principal causa de perdas constatada pela pesquisa foi derivada da quebra operacional (33,4%), seguida por furtos externos (21,4%), furto interno (13,1%), erros administrativos (12,7%), problemas com fornecedores (11,4%) e outras causas (8,1%). Entre as quebras operacionais, a principal causa de perdas nos supermercados foram os produtos com validade vencida (36,3%), produtos danificados por clientes (18,8%) e produtos danificados por colaboradores (17,8%).
Embora as perdas representem fonte de grande preocupação por parte de executivos e empreendedores, a pesquisa destacou que apenas 28% dos supermercados entrevistados possuem área específica de prevenção de perdas. Dentre estas empresas, as principais medidas para evitar as perdas são o treinamento com os colaboradores, que representou 32% das iniciativas, seguido pela introdução de processos mais cuidadosos no recrutamento e seleção de funcionários (27% das ações adotadas pelos supermercadistas); outras práticas adotadas são: elaboração de uma política de prevenção de perdas (21,5%) e a comunicação em murais, avisos, jornais, revistas e artigos, com 15,9%.
Já em relação aos equipamentos mais utilizados para prevenir as perdas, os circuitos internos de TV (CFTV) são os mais utilizados pelos supermercados (40,7% dos entrevistados); em segundo lugar estão os alarmes de acesso, utilizados por 31,3% dos supermercadistas, seguido por uso de coletor de dados para realização de inventários (22,2% dos entrevistados afirmaram utilizá-lo).
Para o vice-presidente Marcio Milan, a pesquisa contribui para mostrar a importância e popularizar ainda mais o tema de prevenção de perdas nos supermercados. "O lucro líquido do setor em 2012 foi de apenas 1,90% sobre o faturamento bruto, enquanto as perdas atingiram 1,95%. Se o supermercadista consegue diminuir esse índice, o seu esforço é transferido para a última linha do balanço melhorando o resultado da empresa", afirma.