2019

Prevenção: o melhor investimento contra muitos custos

Tema de grande urgência e sensibilidade para a sociedade brasileira, as perdas de alimentos foram amplamente discutidas durante o 7º Fórum de Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos, realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), no dia 14 de agosto, em São Paulo.

Na ocasião, mais de 400 supermercadistas estiveram presentes para conferir a programação do evento, que contou com a apresentação de 20 palestrantes. Todo o conteúdo abordado teve o objetivo de discutir os caminhos para que o setor possa combater este grande desafio e de compartilhar conhecimento que auxilie os supermercadistas a perderem menos e lucrarem mais. Durante o encontro, também foram apresentados os resultados da 19a Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados, feita pela Abras (veja matéria sobre o estudo a seguir).

O Fórum foi aberto com o pronunciamento do superintendente da Abras, Marcio Milan, que destacou a relevância do Fórum para os supermercados e para a sociedade. “Para a entidade, é uma honra promover esse evento que é tão importante para o combate das perdas e desperdício de alimentos. A geração de conhecimento sobre essa pauta, no entanto, vai além. 

O Comitê Abras de Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos tem papel fundamental na constante disseminação de informações para as empresas. Temos trabalhado, ativamente, para identificar as causas das perdas no setor e sanar o problema de maneira mais rápida e eficaz.” Milan também explicou a ausência do presidente João Sanzovo Neto, que estava em viagem de negócios nos Estados Unidos.

Sanzovo fez questão de gravar um vídeo aos participantes do Fórum, no qual destacou que as perdas são preocupação constante da Abras e que, por meio do seu comitê, procura disseminar a cultura da prevenção nas empresas. “Independentemente da concorrência entre as redes, os problemas são os mesmos, e as reuniões do nosso comitê nos possibilitam uma solução conjunta para um problema que prejudica tanto a competitividade do setor. 

O empreendedor que considera a prevenção de perdas como um departamento estratégico terá melhores resultados em sua empresa”, disse o presidente da Abras no vídeo. A abertura do Fórum contou com a participação do coordenador do Comitê Abras de Prevenção de Perdas e  Desperdício de Alimentos, Carlos Peruzzi. “Nosso trabalho é gerar valor às empresas supermercadistas e ajudá-las na grandiosa missão de reduzir as perdas e o desperdício, problema que tanto afeta o setor. Todas as companhias podem se beneficiar desses conhecimentos compartilhados. Essa é a função do comitê”, declarou Peruzzi, que ao final do Fórum apresentou os resultados da 19ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados.

Na sequência, antes de iniciar a programação de palestras, falou também o professor e especialista em agronegócio, José Luiz Tejon, que novamente contribuiu com o evento como mediador. “A pauta de prevenção de perdas nos supermercados é muito importante. O empresário constrói uma empresa resiliente quando ele cria a cultura da prevenção e é no ato educativo que as empresas conseguem se preparar para enfrentar os desafios que surgem a todo o instante.”

Eficiência energética: uma visão preventiva sobre as perdas

Pierre Yves Mourgue - Diretor-presidente da GreenYellow Será que estamos olhando todas as perdas? Nos supermercados, além das áreas operacionais, elas também estão presentes nas esferas comerciais, financeiras e administrativas. Por isso, muito além de datas de vencimento e furtos, é importante ter os processos, controles e equipamentos adequados para evitar perdas.

A GreenYellow oferece soluções de eficiência energética que ajudam na prevenção de perdas, focando, principalmente, na otimização de processos, controles e equipamentos. Um exemplo é o EasyTemp, solução para monitoramento remoto da temperatura de balcões e câmaras que gera redução do tempo gasto para as medições e análises e realiza medição precisa e sem necessidade de interferências manuais. Por meio dela, o varejista recebe alertas em tempo real sobre a ocorrência de inconsistências.

Sustentabilidade com competitividade em sistemas de refrigeração

Guilherme Leonel Camargo - Líder de Desenvolvimento de Novos Negócios da Chemours A energia elétrica é um dos principais gastos do setor e os sistemas de refrigeração são grandes fontes de consumo. Nesta seara, o fluido refrigerante pode ser um grande aliado para a redução desse custo, além de deixar o varejo em dia com a atual agenda ambiental. O varejo está em meio a um processo de substituição do fluido R22. Surgiu, como alternativa, o R-404A, mas é uma solução transitória, pois tem alto potencial de aquecimento global (GWP) e apresenta menor eficiência, ou seja, consome mais energia para gerar o mesmo frio.

Também se estuda o uso do CO2, mas trata-se de um produto que requer uma instalação nova, e do propano, que tem como ponto sensível a alta inflamabilidade. Como alternativa, a Chemours oferece o Opteon XP40, que atende todas as regulamentações ambientais globais, por não ser tóxico, inflamável e por ter baixo GWP. Além disso, oferece simplicidade no retrofit e proporciona ganhos relevantes em eficiência. Em uma loja da rede St Marche, em São Paulo, fizemos o retrofit em menos de oito horas e, como resultado, o sistema da loja apresentou redução de consumo de energia de 11% nos resfriados e de 6% no sistema de congelados.


Como o Pentágono de Perdas contribui para a redução do desperdício nos supermercados

Anderson Ozawa - Head de Auditoria Interna e Prevenção de Perdas da Cinemark O Brasil desperdiça 26,3 milhões de toneladas de alimentos por ano. Isso representa 10% de todos os alimentos disponíveis. Enquanto isso, mais de cinco milhões de brasileiros passam fome. Importante destacar que, somente nos supermercados, há perdas estimadas de R$ 4 bilhões por ano em função do desperdício. O ponto é que grande parte das perdas, essencialmente, ocorre na operação, ou seja, está dentro de casa. Faz-se necessário que o setor entenda a diferença entre perda e desperdício. Quando isso é compreendido, se olha a prevenção de outra forma, muito mais estratégica.

A perda é um prejuízo ligado à execução das operações, enquanto desperdício é uma despesa desnecessária, mal aplicada e mal planejada. Assim, é possível realizar uma prevenção estratégica olhando para cada etapa do varejo, sob a ótica de cinco elementos fundamentais: pessoas, processos, auditoria, tecnologia e indicadores. Essa metodologia eu chamo de Pentágono de Perdas e recomendo que seja utilizada em etapas vitais do varejo, como compras, recebimento, armazenamento e exposição.

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