Embalada pela recuperação das vendas do uísque Johnnie Walker e da vodca Smirnoff -seus dois principais produtos no país - a Diageo fechou o último semestre de 2009 com faturamento líquido no Brasil crescendo na casa dos dois dígitos. "Ficamos acima de 10%, que foi o resultado para toda América Latina", diz Alexandre Louro, presidente da Diageo Brasil, subsidiária da maior destilaria do mundo, que ontem divulgou seus resultados globais do segundo semestre de 2009. Mesmo sem revelar valores, o executivo garante: "Esse foi o ano em que a Diageo mais conquistou mercado nas últimas três décadas."
Mesmo com a crise e o aumento da carga tributária sobre destilados no início de 2009, as vendas, segundo Louro, conseguiram recuperar-se a partir do segundo trimestre e se desenvolveram bem na última metade do ano. "Em vodca, estamos crescendo e já recuperamos os valores e o volume de antes da crise."
Uísque e vodca são os principais produtos de vendas da empresa. No segmento de uísque "standard" (ou oito anos), a empresa alcançou 63,5% de participação em volume vendido. Há um ano, essa fatia era de 50,8%. Em vodca, o percentual foi o maior já atingido pela empresa, chegando a 48,3% em volume e 50,8% em valor, em dezembro. Já as vendas das bebidas Smirnoff Ice cresceram 15% no semestre.
"Já somos o terceiro maior mercado mundial para vodca dentro da empresa", afirma Louro. Há um ano, o Brasil estava no quinto lugar. Houve, segundo ele, evolução do mercado nacional da bebida, que cresceu cerca de 3% em volume, mas também diminuição das vendas na Europa e nos Estados Unidos. Tanto que o lucro operacional mundial da companhia caiu 6% no semestre passado, despencando de 1,630 bilhão de libras (US$ 2,552 bilhões) para 1,536 bilhão. As vendas líquidas somaram 5,207 bilhões de libras, o que representa uma queda de 2% em relação ao mesmo período de 2008 em termos orgânicos (sem contar aquisições). O lucro do período foi de 1,016 bilhão de libras - com 10% de queda.
Além da recuperação da economia, Louro atribui o bom resultado da empresa aos esforços de marketing da Diageo. A empresa não revela o quanto investiu. Mas a verba, segundo Louro, foi a mesma de 2008. "Resolvemos concentrar mais esforço em menos marcas e deu certo."
A recuperação na última metade do ano foi tão boa que a Diageo fez até uma aquisição. Comprou em dezembro a marca de saquê Daiti, que pertencia à brasileira Sakura. O lançamento da nova bebida ainda depende da aprovação do Ministério da Agricultura, segundo a empresa. Mas esse não será o único.
A companhia iniciou no mês passado as vendas da vodca holandesa Ketel One e também trará o rum Zacapa. Para promover as novas bebidas e o atual portfólio, o investimento em marketing do ano será 30% maior.
Veículo: Valor Econômico