Coca-Cola antecipa investimentos no mercado brasileiro

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Embalada por um crescimento recorde de vendas de 11% em 2010, mais do que o dobro dos 5% registrados no mundo, a Coca-Cola Brasil planeja investir este ano R$ 2,5 bilhões. O valor é 13,6% maior que os R$ 2,2 bilhões investidos em 2010.

 

Segundo o presidente da companhia no Brasil, Xiemar Zarazúa, as vendas estão sendo impulsionadas pela melhoria de renda do país e pelo crescimento de consumo da classe C. A empresa está dando mais ênfase na distribuição de produtos em embalagens PET e de vidro do que em latas, que têm um custo final maior. A demanda aquecida fez, por exemplo, o aumento da participação de mercado do refrigerante Coca-Cola crescer de 38,9% em 2009 para 40,8% em 2010. Mas Zarazúa destaca que a expansão nas vendas ocorreu em seus 150 produtos.

 

Com isso, em 2010, foi necessária a antecipação de investimentos. Enquanto o planejado era investir R$ 2 bilhões no período, a empresa acabou gastando R$ 2,2 bilhões porque precisou expandir plantas já existentes para garantir o crescimento do abastecimento.

 

"Conseguimos adiantar muitos investimentos que estavam planejados para 2011 e 2012, principalmente linhas de produção e caminhões. Quando olhamos os R$ 2,5 bilhões [previstos para 2011], é principalmente infraestrutura, com expansão e novas fábricas", disse Zarazúa, que evitou adiantar quantas fábricas serão inauguradas este ano ou as localidades em que serão instaladas.

 

Entre 2010 e 2014, a empresa prevê investir R$ 11 bilhões. O presidente explica que além dos 150 produtos que a companhia já fabrica, ainda estuda lançar marcas ou adquirir outras do mercado.

 

O executivo ressaltou que a empresa tem feito investimentos para aproximar os produtos dos novos consumidores da classe C.

 

"O brasileiro está com melhor poder aquisitivo para experimentar novas coisas. Dentro disso, os refrigerantes têm poder importante", disse Zarazúa, lembrando que entre 2005 e 2009 a empresa aportou R$ 6 bilhões no país.

 

Todo esse movimento levou a Coca-Cola Brasil a fechar 2010 com faturamento recorde de R$ 17,7 bilhões e um volume de vendas de 10,6 bilhões de litros.

 

Zarazúa frisou que o crescimento do volume de vendas no Brasil ficou entre os três maiores em todo o mundo em 2010, quando comparados apenas os grandes mercados, como Estados Unidos, Rússia e Índia. Ele lembrou também que a Copa do Mundo teve um papel importante nesse crescimento. Tanto que o avanço da companhia no segundo e terceiros trimestre do ano foi forte, apesar de o verão ser o período de maior consumo para ao setor. Além da alta de 7% no último trimestre, o volume de vendas da empresa no país subiu 13% tanto no segundo, quanto no terceiro trimestre, sempre na comparação com igual período de 2009.

 

"O Brasil tem tido papel relevante não só para a América Latina, mas para o mundo todo. Os crescimentos do Brasil têm sido históricos", disse Zarazúa. Em 2005 o volume de vendas da empresa no país aumentou 10%, passando para 9% em 2006; 16% em 2007; 7% em 2008; e 4% em 2009.

 

Países do Bric puxam forte alta da venda global

 

A Coca-Cola anunciou forte crescimento nas vendas mundiais, em volume, em seu quarto trimestre fiscal, beneficiada por sua expansão nos países emergentes, com altas de 31% na Rússia e 12% na Índia.

 

As vendas mundiais da fabricante de bebidas americana aumentaram em 5%, excluindo as vendas nos Estados Unidos das marcas com licença conjunta, ligadas à aquisição das operações no país da Coca-Cola Enterprises (CCE), sua maior engarrafadora, por US$ 12,6 bilhões.

 

"Mais uma vez apresentamos fortes resultados no trimestre, obtendo crescimento no volume em nossos cinco grupos operacionais geográficos", afirmou o executivo-chefe da Coca-Cola, Muhtar Kent.

 

O executivo também destacou que o crescimento das vendas no Brasil, na Rússia, na China e na Índia representou cerca de 40% de todo o volume adicional de vendas da empresa no ano. China, Índia e Brasil também receberam mais de 30% dos novos equipamentos de distribuição alocados pela companhia durante o ano fiscal de 2010.

 

As vendas, em volume, aumentaram 14% na região da África e Eurásia, 5% na América Latina e 1% na região do Pacífico, que inclui a China. No país asiático houve queda de 3%, atribuída ao Ano Novo chinês, que caiu em período diferente neste ano.

 

Na América do Norte, o crescimento foi de 3%, excluindo as novas marcas com licenciamento conjunto, com a marca Coca-Cola subindo 1%.

 

O lucro líquido da Coca-Cola mais do que dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado, para US$ 5,78 bilhões, o que representa US$ 2,46 por ação. O aumento foi impulsionado pela aquisição da engarrafadora, concluída em outubro.

 

Excluindo a compra, o lucro líquido por ação subiu 9%, para US$ 0,72, dentro das expectativas de Wall Street. A receita total da Coca-Cola cresceu 40%, para US$ 10,49 bilhões.

 

A compra das operações da CCE nos Estados Unidos pela Coca-Cola garantiu-lhe o controle de mais de 75% de suas atividades de engarrafamento no país, seguindo passos similares da concorrente PepsiCo, que adquiriu suas duas maiores engarrafadoras americanas.

 

A divulgação do balanço financeiro da PepsiCo está marcado para hoje.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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