Dos 40 mil produtores de cachaça no Brasil, 99% são proprietáriios de empreendimentos de micro ou pequeno porte. Para incentivar a degustação da bebida certificada e prospectar mercado para esse produto brasileiro de qualidade, produzido artesanalmente, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realiza na próxima terça-feira o seminário "Pequenas Doses e Grandes Oportunidades". O encontro, em Brasília, tem parceria do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).
A iniciativa, conforme o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, se insere no ambiente de negócios da produção associada ao turismo, em especial, a gastronomia, que terá forte impulso no país tendo em vista o fluxo de turistas em função dos grandes eventos como a Copa Fifa 2014 e as Olimpíadas.
De olho nesse potencial, o evento colabora para tornar a cachaça mais conhecida, promovendo a melhoria da imagem do produto, interna e externamente. O Sebrae já vem trabalhando com derivados de cana de açúcar desde 2000, principalmente a rapadura, que como a cachaça é feita artesanalmente.
A ideia, explica o diretor do Sebrae, é promover a maior inserção dessa bebida no mercado, valorizando o produto também no exterior. A cachaça brasileira é comparada ao uísque; e com o grande fluxo de turistas nos próximos anos, a expectativa é reduzir as importações da bebida de origem escocesa. "Os produtores também estão empenhados na melhoria da qualidade da cachaça para garantir maior competitividade do produto brasileiro no mercado internacional", observa o diretor do Sebrae.
Identificação - Das 33 marcas de pequenos alambiques de cinco estados, que serão divulgadas no evento, oito são de produtores fluminenses. Entre as marcas do Rio de Janeiro, estão a cachaça de Paraty, a única que possui Indicação Geográfica no Brasil. Esse registro obtido junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) garante a identificação de um produto como originário de determinada localidade, quando suas características são vinculadas essencialmente à região onde é produzida.
Pequenos alambiques de Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná também levarão cachaças certificadas para apresentar a mais de 20 empresários de bares, restaurantes, hotéis e supermercados da capital do país. Durante o evento, será utilizada a metodologia do Comércio Brasil, projeto desenvolvido pelo Sebrae que conta com a presença do agente de mercado para aproximar produtores, distribuidores e compradores.
A instituição também desenvolve projetos em 11 estados voltados ao aprimoramento de outros derivados de cana, como o açúcar demerara ou mascavo. Entre os principais focos estão o acesso a mercados e o apoio à certificação por meio do programa Bônus Certificação, que subsidia até 50% dos custos desse processo para micro e pequenas empresas do setor. (ASN)
Veículo: Diário do Comércio - MG