A Brahma revela amanhã aos paulistanos o mistério criado na primeira fase de sua campanha publicitária, veiculada na TV aberta desde a semana passada. O anúncio fala do "casamento do século", entre a lata e o copo. A segunda parte vai ao ar no sábado e desfaz o suspense, ao apresentar uma nova embalagem da cerveja. Quem conta a história é o cantor Gabriel O Pensador.
A lata da Brahma, grávida do copo, dá à luz uma latinha que parece com outra qualquer. A diferença é que, ao puxar o anel - maior do que o tradicional -, a tampa sai totalmente e não apenas uma porção dela. No novo recipiente, batizado de "copaço", o consumidor pode enxergar melhor a cerveja em seu interior.
Paula Lindenberg, diretora de marketing da Brahma, explica que o brasileiro prefere tomar cerveja no copo. A ideia da nova embalagem é estender sensações semelhantes para a latinha. "Ela oferece uma experiência cervejeira completa, unindo praticidade com a experiência do gole ".
O produto chega amanhã a supermercados paulistanos, custando R$ 0,10 a mais do que a lata comum, que continua à venda. A Brahma é líder no segmento em São Paulo e ocupa a segunda posição no mercado nacional de cerveja - atrás apenas da Skol, que também pertence à Ambev. A empresa pretende expandir a distribuição do "copaço" para outros grandes mercados brasileiros até julho de 2012.
"A receptividade dos consumidores foi muito boa", diz Paula, sobre o teste do "copaço" feito com cerca de 2,5 mil pessoas. "Estamos sempre buscando inovações". Há um ano, a Brahma passou por uma reformulação, quando a embalagem passou de branca a vermelha e seu logotipo foi modificado.
Para viabilizar a montagem da nova lata, a empresa precisou adaptar sua fábrica em São Paulo. A tampa, por enquanto, é importada dos Estados Unidos, e a intenção é produzir futuramente no país. "É um produto que vem para ficar. Não é uma 'modinha' porque atende a necessidade do consumidor", afirma Paula, que acredita que a embalagem vai atrair novos cervejeiros para a marca. "Todo amante de cerveja gosta de tomar no copo e vai aprovar", diz.
A ideia de apresentar a novidade como fruto do casamento do século foi da agência Africa, responsável pela publicidade. Os diretores de criação David Romanetto e Eduardo Martins se inspiraram no casamento do príncipe William com Kate Middleton, em abril, para produzir a campanha, em que os "noivos" são assediados por veículos de fofoca.
A ação de marketing incluiu anúncios no formato de capas falsas nas revistas Quem, Caras, Hola! e IstoÉ Gente, nos jornais gratuitos Destak e Metro. E foi feita uma entrevista no programa TV Fama, da RedeTV!.
A Ambev fará ainda propaganda em supermercados, sempre brincando com o tema do casamento real. "O evento gerou um 'buzz' e pensamos em pegar carona, mas se fizéssemos na mesma época do casamento iria sumir", diz Romanetto.
A Ambev é a terceira empresa que mais investe em publicidade no Brasil. No primeiro semestre, foram R$ 677,9 milhões, um aumento de 9,7% sobre igual período de 2010. Na comparação entre todo o ano de 2009 e de 2010, o crescimento foi de 36%.
Veículo: Valor Econômico