Para eliminar intermediários e chegar ao consumidor final com preço mais competitivo, vinícolas da região Sul inovam em estratégias de distribuição e vendas, que incluem a abertura de lojas, telemarketing e comércio online.
A Viapiana, vinícola boutique da região de Flores da Cunha (RS), fechou parceria com a importadora Porto Mediterrâneo, de Balneário Camboriú (SC), para a distribuição no Brasil. Serão dez novos rótulos da vinícola, a primeira brasileira a fazer parte do portfólio da empresa. Na Serra Gaúcha, a parceria vai gerar a abertura de uma loja - a Porto Mediterrâneo Wine Store e Delicatessen, que terá 150 rótulos de vinhos de sete países. Segundo Júlio Cesar Schmitt Neto, diretor da Porto Mediterrâneo, o projeto prevê ainda lojas em Palhoça, na Grande Florianópolis, e São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina. A empresa buscou cidades que estavam mal abastecidas no segmento de vinhos e produtos gourmet e próximas a grandes centros urbanos, como a capital de Santa Catarina e Joinville. O investimento para as duas lojas foi de R$ 1,2 milhão.
As lojas terão espaço para degustação e cozinha para aulas de harmonização gastronômica com os vinhos. A experiência na venda direta vai ajudar a empresa a ter um controle maior sobre os produtos que têm mais aceitação do público. A importadora também tem projeto para vendas online, que será implementado até junho.
A Dal Pizzol Vinhos Finos, de Bento Gonçalves (RS) tem outra iniciativa para aumentar as vendas diretas ao consumidor. A vinícola vende vinhos, espumantes e suco de uva através de um departamento de telemarketing. O setor corresponde a 51% das vendas e 85% desse volume é comercializado para o consumidor final. A vinícola tem uma produção anual de 300 mil garrafas (225 mil litros).
Em Santa Catarina, a Associação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude (Acavits), com 18 produtores, organizou-se em uma cooperativa que vai investir na criação de dois novos centros de distribuição e uma loja própria em Campinas (SP). Segundo Walter Kranz, presidente da cooperativa, o projeto prevê um depósito em condições térmicas adequadas para os produtos. A área tem, ainda, uma loja-conceito com espaço para degustação e promoção dos mais de 150 rótulos. Em 2012, o portfólio deve chegar a 180 rótulos. O depósito também será plataforma para entrega de vendas online para as vinícolas que tem esse sistema de comercialização. "Queremos chegar ao consumidor do Sudeste com um preço mais competitivo e mais rápido. Seremos o nosso próprio distribuidor", diz Kranz.
Veículo: Valor Econômico