A cevada, nos últimos 12 meses, não mudou de preço. O milho, subiu 22%, no mesmo período. Mas nem mesmo a variação nos dois principais ingredientes da cerveja justifica a alta de 26% que a Schincariol repassou para seu chope, conforme reclamam donos de bares. Outros produtos da empresa, como cervejas em lata e em garrafa, também estão subindo de preço, mas de modo menos agressivo.
O barril de 50 litros de chope Schin, que antes custava R$ 270, agora é vendido a R$ 340, conforme e-mail da companhia ao qual o Estado teve acesso.
"É uma loucura. Ninguém mais vai querer o chope. O apelo da Schincariol sempre foi preço", disse um dono de bar que preferiu não se identificar. "Desse jeito, o preço do chope fica muito perto do das outras concorrentes. Isso diminui a competição e tememos que haja a formação de algo semelhante a um cartel", diz Paulo Solmucci Júnior, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
No início do ano, a japonesa Kirin, dona da Schincariol, anunciou que os reajustes feitos pela cervejaria brasileira "não cobriram custos com matérias-primas". Divulgou que iria corrigir a política de preços e apostar em itens de maior valor agregado.
Mas sobre a alta de 26%, a Schincariol não quis fazer comentários. Apenas informou, em nota, que "promoveu revisão pontual de preço em determinados produtos e que buscou acompanhar o mercado".
Veículo: O Estado de S.Paulo